Putin discutiu hoje telefonicamente a situação na Ucrânia com o chanceler alemão, Olaf Scholz, abordando em particular “os aspetos humanitários”.
De acordo com o Kremlin, Putin disse a Scholz que os “nacionalistas” ucranianos estavam a impedir os "esforços russos para organizar corredores humanitários para civis saírem de áreas de combate”.
Pelo seu lado, as autoridades ucranianas voltaram a denunciar que os contínuos bombardeamentos russos estão a sabotar os esforços para evacuar civis de áreas afetadas pelos combates.
Russos e ucranianos chegaram a acordo hoje de manhã sobre o cumprimento do cessar-fogo em zonas onde foram estabelecidos corredores humanitários para a retirada de civis, disse a vice-primeira-ministra da Ucrânia.
De acordo com Iryna Verechtchouk, Moscovo confirmou o acordo sobre o respeito pela trégua que começou hoje de manhã, 09:00 locais (07:00 em Lisboa), e deve prolongar-se até às 21:00 (19:00 em Lisboa) em seis zonas onde se registam confrontos e ataques.
O acordo prevê, nomeadamente, a retirada de civis de Energodar através de Zaporizhzhia (sul), de Izioum para Lozova (leste) e de Sumy para Poltava (nordeste).
Em Sumy o corredor estabelecido na terça-feira permitiu a retirada de milhares de civis.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de cerca de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.