A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propôs hoje a atribuição da pasta dos Serviços Financeiros e União de Poupança e Investimento à comissária nomeada por Portugal, Maria Luís Albuquerque.
Em comunicado, Luís Montenegro começa por se congratular com “a qualidade e a coerência da composição do Colégio de Comissários que a Presidente Ursula von der Leyen acaba de apresentar”.
“Realçamos a pasta crucial atribuída à comissária Maria Luís Albuquerque, indicada por Portugal. Será um setor vital para a competitividade da nossa economia, a concretização da União do Mercado de Capitais, o fomento do investimento privado e o reforço da capacidade de inovação europeia”, defende o primeiro-ministro português.
O chefe do Governo realça que os temas que ficarão sob a alçada da ex-ministra das Finanças “foram considerados fulcrais na estratégia da União aprovada pelo Conselho Europeu e foram evidenciados com especial destaque pelos recentes relatórios Letta e Draghi, em particular este último”.
“Trata-se de uma matéria central para a Europa e para Portugal, tendo em vista a diversificação das fontes de financiamento com o objetivo de promover o crescimento e o investimento económicos. Isto é essencial ao progresso, à sustentabilidade do projeto social e económico da Europa, e à capacidade da União para corresponder às expetativas, necessidades e interesses dos cidadãos europeus e portugueses”, conclui, no comunicado divulgado pelo gabinete do primeiro-ministro.
A proposta de Ursula von der Leyen foi divulgada à imprensa após uma reunião esta manhã com a Conferência de Presidentes do Parlamento Europeu (estrutura que junta a líder da assembleia europeia e os responsáveis dos partidos políticos), na qual Ursula von der Leyen apresentou então a sua proposta do colégio de comissários no próximo ciclo institucional (2024-2029), que inclui a antiga ministra portuguesa das Finanças Maria Luís Albuquerque, proposta pelo Governo.
Na única intervenção pública que fez até hoje, na Universidade de Verão do PSD, uma iniciativa política de formação de jovens quadros, a futura comissária não quis revelar a sua preferência por uma pasta, mas deixou algumas pistas.
Nessa ocasião, Maria Luís Albuquerque defendeu que “há ainda muito a por fazer na União Económica e Monetária” e alertou para as dificuldades de circulação de pequenos capitais.
“Não estou a falar de uma política fiscal comum, mas é fundamental evitar dupla tributação de pequenos investimentos. Temos de enfrentar as barreiras práticas, do dia a dia, dos pequenos aforradores fora dos países de origem”, disse, considerando que “sem uma união do mercado de capitais, há uma política monetária comum, mas cuja eficácia fica fortemente limitada”.
Maria Luís Albuquerque, 57 anos, foi ministra de Estado e das Finanças durante o período em que Portugal estava sob assistência financeira da ‘troika’, sucedendo a Vítor Gaspar em julho de 2013 e mantendo-se até final do executivo liderado por Pedro Passos Coelho.
No PSD, foi vice-presidente durante a liderança de Passos Coelho e cabeça de lista dos candidatos a deputados pelo PSD em Setúbal em 2011 e 2015.
É membro do Conselho Nacional do PSD – segundo nome da lista da direção de Luís Montenegro, logo a seguir a Carlos Moedas -, e integrou o Conselho de Supervisão da subsidiária europeia da empresa norte-americana Morgan Stanley.
Lusa