Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) indicou que o governante português fez esse anúncio no âmbito da Conferência Humanitária para a População Civil de Gaza, promovida pelo Presidente da República francês, Emmanuel Macron, no Palácio do Eliseu.
“O Governo português, através do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, anunciou uma contribuição voluntária no montante total de 10 milhões de euros, para reforçar a assistência humanitária na Faixa de Gaza, apoiando os esforços do sistema das Nações Unidas e de outras organizações humanitárias presentes no terreno, designadamente o Escritório da Organização das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla inglesa), a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla inglesa) e o Comité Internacional da Cruz Vermelha”, lê-se na nota de imprensa.
A conferência, que reuniu os principais atores internacionais envolvidos na resposta à catástrofe humanitária em curso naquele enclave palestiniano pobre, desde 2007 controlado pelo movimento islamita Hamas, foi organizada com o objetivo de “assegurar o respeito pelo direito humanitário internacional, a proteção dos civis e funcionários humanitários, bem como o alargamento do acesso à ajuda humanitária e o reforço da resposta humanitária internacional nos domínios da saúde, água, energia e alimentação”, precisou o MNE no comunicado.
Na conferência, Francisco André reiterou igualmente “o compromisso de Portugal com a solução de dois Estados e com o pleno respeito pelo Direito Internacional Humanitário, frisando a necessidade imperiosa de uma resposta humanitária urgente e robusta face à situação na Faixa de Gaza, que tem vindo a deteriorar-se diariamente, de forma a aliviar o sofrimento de todos os civis”, segundo o comunicado.
A Faixa de Gaza tem sido fortemente bombardeada por Israel desde o ataque de dimensões sem precedentes do movimento islamita Hamas ao território israelita, a 07 de outubro, que fez mais de 1.400 mortos, na maioria civis, cerca de 5.000 feridos e mais de 200 reféns.
A retaliação de Israel começou por cortes do abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que já cercou a cidade de Gaza.
A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 34.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 10.569 mortos, entre os quais 4.324 crianças, mais de 26.000 feridos, 2.450 desaparecidos, na maioria civis, e cerca de 1,5 milhões de deslocados, segundo as autoridades locais.
Lusa