“Os ministros dos Negócios Estrangeiros de França, Itália, Portugal, Países Baixos e Espanha reiteram a sua profunda preocupação com a deterioração da situação política e humanitária na Venezuela”, lê-se na nota enviada à imprensa.
Os ministros, segundo o texto, declaram apreço pelo trabalho desenvolvido pela chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Federica Mogherini, e “encorajam-na a intensificar contactos com atores internacionais” para o rápido estabelecimento de “um grupo de contacto internacional com o objetivo de facilitar o diálogo entre as autoridades venezuelanas e a oposição para ultrapassar a atual situação”.
“É crucial que a Europa veja assegurada uma participação significativa neste grupo de contacto, de modo a garantir a promoção adequada dos nossos interesses comuns”, lê-se.
A nota é divulgada um dia depois de uma reunião de ministros de Negócios Estrangeiros da UE em Bruxelas, após a qual o ministro português, Augusto Santos Silva, afirmou à imprensa que “não há outra solução para a estabilidade política” da Venezuela para além do “relançamento do processo de diálogo”.
“Parece-nos que, sem uma solução de estabilidade política, a gravíssima crise económica e social que a Venezuela vive não pode ser ultrapassada”, salientou.
Santos Silva reiterou, nesse sentido, a necessidade de criar um grupo de contacto internacional.
“Estes acontecimentos mostram mais uma vez, do ponto de vista de Portugal – que também é partilhado pela alta representante [para a Política Externa, Federica Mogherini] e por outros países como Espanha e Itália – o quão urgente é constituir o grupo de contacto internacional”, sublinhou.
A seu ver, isso iria permitir “dar um novo impulso ao processo político venezuelano”.
Após a reunião de segunda-feira, Mogherini disse à imprensa que o grupo de contacto, cuja criação foi decidida em outubro, “pode começar a trabalhar nas próximas semanas, em fevereiro”.
“Agora que a situação se está a deteriorar, queremos contribuir com um espaço para o processo político que, de momento, não existe”, disse Mogherini.
A Alta Representante referiu também a reunião realizada no final da semana passada em Caracas entre o presidente venezuelano, Nicolas Maduro, e embaixadores de países da UE, incluindo de Portugal, para “manter os canais abertos” e “transmitir a mensagem” europeia.
A UE não participou na tomada de posse de Maduro para um segundo mandato, a 10 de janeiro, por considerar que as eleições presidenciais “não foram justas nem livres”.
C/ LUSA