Centenas de pessoas – cerca de mil, numa estimativa da organização – participaram nesta manifestação, com o lema "Paz no Médio Oriente, Palestina Independente", que começou no Martim Moniz e terminou à chuva, na Praça do Município.
A manifestação foi convocada pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN) e pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC).
No início do desfile, a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, defendeu que "é urgente um cessar-fogo" e que "só o respeito pela autodeterminação do povo palestiniano poderá criar as condições para a paz", expressando apoio às posições assumidas pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres.
"Há milhares de civis que estão a ser massacrados numa política de genocídio. Isto não é defesa, isto é um crime internacional, uma punição coletiva ao povo palestiniano e não podemos tolerá-la", declarou a coordenadora do BE aos jornalistas.
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, acompanhado por outros dirigentes do partido, juntou-se à manifestação a meio da Rua do Ouro, em "solidariedade para com o povo palestiniano, pelo fim do massacre que está em curso".
"Os trabalhadores e as populações que querem a paz, não querem a guerra – a guerra não serve o povo, não serve os trabalhadores – mais cedo ou mais tarde vão mesmo travar este genocídio e este massacre que está em curso", afirmou Paulo Raimundo.
O secretário-geral do PCP considerou que "há muita hipocrisia e muito cinismo", com "dois pesos e duas medidas" na política internacional, " um peso para o Governo de Israel" e outro "para todo o resto dos outros povos" e pediu que se cumpram as resoluções da ONU.
A deputada e dirigente do PS Isabel Moreira juntou-se, a título individual, a esta manifestação.
Pela CGTP-IN, a secretária-geral da Intersindical, Isabel Camarinha, declarou que "é urgente que o mundo se levante e acabe com este genocídio que está a acontecer na Faixa de Gaza", considerando que "os trabalhadores portugueses estão solidários com o povo palestiniano, não agora apenas, mas desde sempre".
No mesmo sentido, a presidente da direção do CPPC, Ilda Figueiredo, antiga eurodeputada do PCP, disse que "é urgente parar os bombardeamentos, é urgente pôr fim a esta escalada", protegendo a população da Faixa de Gaza, e que "é urgente obrigar Israel a cumprir as normas do direito internacional, pôr fim à ocupação da Palestina".
Na frente desta manifestação, gritava-se "Paz sim, guerra não", "Palestina vencerá", "guerra não é prisão, massacre e cerco não", "com justiça e paz, Palestina vencerás".
Em grupos mais atrás, havia palavras de ordem como "fascistas sionistas não passarão" e, em inglês, "Palestina será livre, do rio até ao mar".
Em cartazes empunhados pelos manifestantes lia-se "Paz no Médio Oriente", "Fim à ocupação", "Pela paz, não à escalada da guerra" e "Palestina livre e independente".
Havia também quem erguesse bandeiras da Palestina e vários manifestantes usavam os tradicionais lenços palestinianos.
O grupo islamita Hamas, classificado como terrorista pela União Europeia e pelos Estados Unidos da América, que controla a Faixa de Gaza, lançou em 07 de outubro um ataque sem precedentes em território israelita, no qual matou e raptou militares e civis, incluindo crianças.
Segundo o governo israelita, o Hamas fez mais de 1.400 mortos em Israel e levou cerca de 220 reféns, dos quais quatro foram entretanto libertados.
As forças armadas de Israel responderam ao ataque do Hamas com bombardeamentos e o corte do abastamento de água, comida, eletricidade e combustível à Faixa de Gaza, onde vivem mais de dois milhões de pessoas, avisando a população do enclave de que estaria em perigo se não se deslocasse para sul.
As autoridades da Faixa de Gaza reportam mais de 8.000 pessoas mortas pelos bombardeamentos israelitas, entre as quais mais de 3.000 crianças.
No sábado, as forças israelitas intensificaram manobras terrestres e bombardeamentos na Faixa de Gaza, impondo um corte de comunicações no território, o que de acordo com as autoridades de Israel corresponde a uma "nova fase" desta guerra.
Lusa