"Candidato-me à liderança do PS com uma convicção que estou a prestar o meu melhor contributo para afirmar uma alternativa que é capaz de mobilizar os madeirenses e porto-santenses (…) e por um dever de responsabilidade que sinto de não recuar e de manter a esperança (…) numa mudança política que vai acontecer mais cedo do que eles (PSD/CDS) pensam", disse Paulo Cafôfo, no Funchal, na apresentação da sua candidatura, sob o lema "Avançar a Madeira pelas pessoas".
O PS/Madeira tem eleições diretas para eleger o presidente do partido em 09 de maio, sendo esta a primeira candidatura formalizada ao cargo. A nova direção do partido será empossada no congresso marcado para 23 e 24 do mesmo mês.
Paulo Cafôfo disse haver no arquipélago da Madeira "uma maioria social" que apoia o PS e a mudança política que quer protagonizar na região.
"Aquilo que nós temos de fazer é transformar essa maioria social em maioria política, é esse o desafio e só não o conseguimos porque o CDS decidiu prolongar a agonia deste regime na região", declarou.
A Madeira é governada há 44 anos por executivos liderados pelo PSD, que nas últimas legislativas regionais, em 2019, perdeu pela primeira vez a maioria absoluta, havendo agora um governo de coligação PSD/CDS na região.
"Esta coligação do PSD e do CDS é uma fraude porque defraudou as expetativas de quem neles votou. O PSD e o CDS têm sido os protagonistas de uma perturbação social e política", disse Paulo Cafôfo, exemplificando com a "novela" na nomeação do diretor clínico do Serviço Regional de Saúde, que levou à demissão de 33 diretores de serviços.
Paulo Cafôfo, duas vezes eleito presidente da Câmara Municipal do Funchal com o apoio do PS, encabeçou, como independente, a lista de candidatos dos socialistas às regionais de 22 de setembro passado, nas quais o partido elegeu 19 deputados, passando a ser a maior força política da oposição na Madeira.
A seguir às regionais de 2019, em novembro, Paulo Cafôfo filiou-se no PS, assumindo na altura a disponibilidade para se candidatar a líder do partido na Madeira.
Cafôfo assegurou hoje que a sua candidatura marca "um novo ciclo no interior" do PS/Madeira que se vai concretizar ao nível da unidade e fortalecimento do partido, reforçando a sua influência política e social; nas eleições autárquicas e na afirmação dos socialistas como alternativa política na Região Autónoma da Madeira.
"O PS é um partido autonomista e é comigo, à frente do PS, que vamos refundar e aprofundar a autonomia, noutra estratégia, noutra visão para a nossa região", garantiu, sublinhando: "Não podemos viver de uma conspiração constante inventada por parte do PSD".
"Eu quero que haja uma construção de soluções e não uma construção de conspirações e é por isso que esta autonomia que defendo é uma autonomia que não pode servir, nem para criar medos, nem para fomentar vassalagens", referiu.
Paulo Cafôfo disse ainda que "sem decisão não há autonomia e essa decisão implica que a região e o governo desta região não se exclua de estar presente dos centros de decisão".
"Esta autonomia é uma autonomia da responsabilidade, que serve para unir os madeirenses e não para dividir, temos de estar juntos porque os desafios implicam que todos estejamos no mesmo barco com opiniões diferentes mas não ponham madeirenses contra madeirenses", afirmou.
Estiveram na apresentação desta candidatura o presidente da Câmara Municipal do Funchal, Miguel Gouveia, e o deputado à Assembleia da República Carlos Pereira.
C/LUSA