“Dada a falta de recetividade de Juan Guaidó e dos representantes do ‘governo interino’, responsáveis por esta tarefa, especialmente do (partido) Vontade Popular, anunciamos a nossa decisão de deixar de participar nos espaços que tratam da questão dos ativos (venezuelanos) no estrangeiro”, explica o partido Primeiro Justiça (PJ) em comunicado.
O Primeiro Justiça é um dos quatro grandes partidos opositores do “G4” que apoia Juan Guaidó, grupo do qual fazem parte também Ação Democrática, Vontade Popular e Um Novo Tempo.
No documento, o PJ sublinha que se retira “com a intenção de facilitar e pressionar por uma solução que preserve os bens para a Venezuela”.
“Continuaremos a levantar a nossa voz (…) Vemos com grande preocupação a falta de vontade política e de vontade de explorar e discutir soluções para proteger os bens da República, do regime ou dos seus credores”, explica o PJ.
O Primeiro Justiça começa por explicar que desde há mais de um ano informou o país da preocupação pela gestão dos ativos e empresas da Venezuela no estrangeiro, tendo feito, em reiteradas oportunidades, propostas que não foram tidas em consideração,
“Com firmeza que a nossa prioridade é proteger os ativos da corrupção, dos credores e coloca-los ao serviço dos venezuelanos”, sublinhou
“Insistimos na necessidade de criar um fundo fiduciário administrado por uma entidade externa de alto nível que garanta a independência, a transparência e as boas práticas que os venezuelanos exigem e merecem. Instamos todos os fatores democráticos a discutir esta proposta”, lê-se no comunicado.
O PJ reiterou ainda para a necessidade de “proteger os ativos” da Venezuela, “que jamais devem ser entregues, nem negociados, a governos ou empresas estrangeiras”.
Segundo a imprensa venezuelana vários ativos da Venezuela no estrangeiro, estão atualmente sob a administração do ex-presidente do parlamento, o opositor Juan Guaidó, que em janeiro de 2019 jurou assumir as funções de presidente interino do país até afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um governo de transição e eleições livres.
Entre esses ativos está a empresa petroquímica venezuelana na Colômbia, Monómeros, a Citgo, uma filial da estatal Petróleos da Venezuela SA (PDVSA) nos Estados Unidos.