“O sistema Covax falhou. Nós cumprimos a nossa parte (…). Tivemos que entrar no jogo, fazer magia para desbloquear fundos que estavam congelados”, declarou Maduro, na televisão nacional, precisando que o seu país pagou 120 milhões de dólares àquele programa da Organização Mundial de Saúde (OMS) sem nada receber.
“Dei instruções precisas (…) para que ajamos esta semana e lancemos um ultimato ao sistema Covax: ou nos enviam as vacinas ou nos devolvem o dinheiro”, anunciou.
“Se nos devolverem o dinheiro, nós sabemos onde comprar [vacinas]. Já discutimos com instituições internacionais. Chega de enganos”, acrescentou.
Já dura há vários meses a polémica em torno das vacinas que a Venezuela diz ter comprado através do programa Covax.
Segundo anteriores declarações do Presidente Maduro, os Estados Unidos bloquearam 10 milhões de dólares, o último pagamento do seu país para beneficiar do Covax, devido a sanções norte-americanas impostas à Venezuela para o expulsar do poder.
Os Estados Unidos consideram o opositor Juan Guaidó o Presidente interino da Venezuela e não reconhecem Nicolás Maduro como Presidente legítimo do país.
Nos últimos três anos, multiplicaram-se as pressões diplomáticas e as sanções económicas para afastar Maduro do poder, mas sem êxito.
Num contexto de falta de vacinas, a Venezuela, que tem por objetivo vacinar 70% dos seus 30 milhões de habitantes antes do fim de 2021, está a administrar desde fevereiro as vacinas russa Sputnik V e chinesa Sinopharm.
No início de julho, o Governo lançou também uma campanha de vacinação com a vacina cubana Abdala, depois de, no fim de junho, ter anunciado a assinatura de um “contrato de fornecimento” de 12 milhões de doses dessa vacina que tem, segundo o laboratório que a produz, uma eficácia de 92%.
A Venezuela tem registado desde março um forte aumento das infeções pelo coronavírus SARS-CoV-2, com 275.000 casos e mais de 3.200 mortos, segundo os números oficiais, de cuja veracidade a oposição duvida.