PSD e CDS-PP no parlamento da Madeira lamentaram hoje o chumbo das suas propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2019 na Assembleia da República por PS, PCP e BE, que apelidam de "irmandade do mal".
O deputado do PSD Carlos Rodrigues considerou "inócuas" e "nebulosas" as alterações apresentadas por PCP e BE em vez de serem "claras, concretas, objetivas e que toda a gente entenda", argumentando que o financiamento em 50% do novo Hospital Central da Madeira "não está garantido".
Para o deputado, "mais uma vez" os madeirenses foram "completamente arrasados e cilindrados" pelos partidos da geringonça: PS, PCP e BE.
"Esta irmandade do mal deu as mãos para apunhalar pelas costas a Madeira e todos os madeirenses", afirmou.
Carlos Rodrigues lamentou ainda que a ligação ‘ferry’ entre a Madeira e o continente, durante todo o ano, não tenha sido contemplada pelo Orçamento do Estado, que a questão dos juros do empréstimo do Estado à região não tenha sido alterada e que o subsídio de mobilidade aérea não tenha sido revisto.
O parlamentar social-democrata classificou de "fantoches" os deputados do PS, PCP e BE por defenderem na Assembleia Regional uma coisa e na Assembleia da República outra.
"Em Lisboa agacham-se para que tudo permaneça numa nebulosa", acusou, defendendo que aqueles partidos devem "um pedido de desculpa" aos madeirenses.
O deputado Lopes da Fonseca, do CDS-PP, considerou igualmente que a Madeira "foi vilipendiada ontem [segunda-feira] por um conjunto de partidos que não querem saber para nada da região autónoma".
O presidente do Grupo Parlamentar do PS, Víctor Freitas, ripostou, dizendo que quem traiu a Madeira foi o ex-primeiro ministro Pedro Passos Coelho [PSD], com a política de austeridade que "impôs" à região entre 2012 e 2015.
"Se houve traição foi a que existiu com Passos Coelho", salientou.
Ricardo Lume, do PCP, também argumentou que "quem traiu os madeirenses foi quem fez uma dívida de seis mil milhões de euros [governos de Alberto João Jardim]".
A Assembleia discutiu ainda, em conjunto, propostas do BE e do PCP defendendo um complemento mensal de pensão aos beneficiários com pensões inferiores ao salário mínimo em mais 65 euros e do PTP em mais de 50 euros.
Debateu ainda uma outra proposta do PCP, defendendo um médico de família para todas as crianças da região, tendo o CDS-PP adiantado que irá apresentar, em sede de discussão na especialidade do Orçamento Regional para 2019, uma proposta de aditamento, propondo um programa extraordinário neste domínio no valor de 1,5 milhões de euros para o próximo ano.
C/LUSA