A informação foi confirmada pelo novo secretário-geral da Aliança Atlântica, Mark Rutte, durante uma visita a Londres, após um encontro com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
“Num mundo incerto, é fundamental que testemos a nossa defesa e que a reforcemos, para que os nossos adversários saibam que a NATO está pronta e é capaz de responder a qualquer ameaça”, disse Rutte aos jornalistas.
O “Steadfast Noon”, como são conhecidos estes exercícios, vai prolongar-se durante cerca de duas semanas.
Será conduzido pela Bélgica e pelos Países Baixos, utilizará oito bases militares e envolverá 2.000 efetivos e 60 aviões de 13 países.
Participam aviões bombardeiros e caças de combate que podem transportar ogivas nucleares. Não são utilizadas munições reais. A maior parte do exercício decorre a cerca de 900 quilómetros (560 milhas) da Rússia, no Mar do Norte.
Moscovo foi informada dos exercícios, segundo os responsáveis da NATO. Há mais de uma década que o exercício se realiza todos os anos, sensivelmente na mesma altura.
No ano passado, a Itália e a Croácia organizaram exercícios na mesma altura na zona do Mediterrâneo. Os exercícios envolveram 13 aliados e, em particular, bombardeiros B-52 provenientes dos Estados Unidos.
Os Estados Unidos e o Reino Unido, com as suas forças nucleares estratégicas, são fundamentais para a capacidade de dissuasão da segurança da NATO. A França também possui armas nucleares, mas não faz parte do grupo de planeamento nuclear da organização.
O secretário-geral adjunto da NATO para a Política e Planeamento da Defesa, Angus Lapsley, afirmou à agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP) que o exercício tem como objetivo provar que a capacidade da Aliança para contrariar qualquer ameaça aos seus 32 países membros é credível e algo que “qualquer adversário teria de levar extremamente a sério”.
Lapsley afirmou que a NATO tem acompanhado a emergência da Coreia do Norte como potência nuclear, a rápida expansão das capacidades nucleares da China e os desenvolvimentos no Irão.
“Mas, obviamente, o que mais nos preocupa é a Rússia”, salientou.
Moscovo tem vindo a investir nas suas forças nucleares “com uma intensidade acelerada” nos últimos dois anos, apontou o representante, mencionando ainda que a Rússia está a “introduzir muitos sistemas novos e a dar mais ênfase ao investimento em sistemas de armas de curto e médio alcance”.
Lusa