A Conferência de Representantes dos Partidos da Assembleia da Madeira agendou para 15 de junho a discussão e votação de uma moção ao Governo do PSD no arquipélago, apresentada pelos dois deputados do PCP no parlamento insular.
Em conferência de imprensa, a deputada social-democrata Fernanda Cardoso, porta-voz da reunião, adiantou que o regimento para esta sessão plenária atribui ao partido proponente e ao Governo Regional 30 minutos de intervenção, na abertura e encerramento.
Quanto aos restantes partidos, a bancada da maioria do PSD vai dispor de 30 minutos, a do CDS/PP 15 minutos, os grupos parlamentares do JPP e do PS 12 minutos cada, o PCP e BE 08 minutos, enquanto os deputados únicos do PTP e não inscrito (ex-PND), Gil Canha, terão 05 minutos.
Este regimento foi aprovado por maioria, contando com a abstenção do PCP, BE e PTP, tendo o representante comunista madeirense defendido que "a data ideal" para a discussão dessa moção seria o dia 20 de junho, ocasião em que os parlamentares da Madeira marcam presença nas jornadas parlamentares atlânticas, que decorrem em Canárias.
Nesta reunião, os representantes das diferentes forças partidárias na Assembleia Legislativa da Madeira também agendaram para dia 28 de junho um debate potestativo proposto pelo BE, sobre a política de transportes, e um outro da autoria da bancada da maioria do PSD sobre as comunidades.
No dia 3 de junho, em conferência de imprensa, os deputados do PCP/Madeira anunciaram ter entregado uma proposta de moção de censura para "dar voz" aos que protestam pelo "desnorte" na governação de Miguel Albuquerque.
Na origem desta posição esteve a situação de "convulsão" no setor da Saúde da região, após o pedido de demissão da direção clínica e dos restantes departamentos do Serviço Regional de Saúde da Madeira (SESARAM).
Segundo o PCP, "mais do que uma questão de saúde" na região, "há um problema de governação", no arquipélago e consideraram que "o descontentamento público de agora não corresponde a um problema setorial, é um problema de política regional".
"A moção de censura poderá não derrubar o Governo Regional. Mas, certamente constituirá a mais forte ocasião para a denúncia do desgoverno atual e para a exigência de uma alternativa política", disse o deputado comunista madeirense Ricardo Lume lendo o texto do documento que será entregue segunda-feira no parlamento insular.