A nomeação do conservador Barnier, de 73 anos, segue-se a semanas de intensos esforços do Presidente e dos seus assessores para encontrar um candidato que possa ser capaz de construir apoios no parlamento.
O antigo ministro e ex-comissário europeu ficou responsável por “formar um governo de unidade ao serviço do país e do povo francês”, afirmou a Presidência francesa, em comunicado.
A nomeação de Barnier surge “após um ciclo de consultas sem precedentes”, em que o Presidente “assegurou que o primeiro-ministro e o próximo governo reuniriam as condições para a maior estabilidade possível”.
A sua nomeação foi anunciada minutos depois de ter saído de uma reunião privada com Macron no Palácio do Eliseu.
A tomada de posse de Barnier terá lugar esta tarde, às 16:00 (15:00 de Lisboa), no Palácio Matignon, residência oficial do chefe de governo.
Barnier será o primeiro-ministro mais velho da Quinta República e substituirá o mais jovem de sempre a ocupar o cargo, Gabriel Attal, que tomou posse em janeiro com 34 anos.
A nomeação surge após duas semanas de intensas consultas políticas por parte de Macron e quando se completam dois meses da segunda volta das eleições legislativas, que resultou numa Assembleia Nacional sem uma maioria clara e extremamente dividida.
A escolha de Barnier acontece depois de várias personalidades terem enfrentado vetos da esquerda e da extrema-direita, que são dois dos três principais blocos da atual Assembleia Nacional.
A secretária nacional do partido ecologista, Marine Tondelier, acusou Macron de se submeter à líder da extrema-direita Marine Le Pen depois das ameaças de censura a outros potenciais primeiros-ministros, como o conservador Xavier Bertrand.
“No final, sabemos quem decide. O seu nome é Marine Le Pen. É a ela que Macron decidiu submeter-se”, criticou Tondelier, em declarações à FranceInfo.
O novo primeiro-ministro tem uma vasta experiência política em França e nas instituições europeias.
O seu último cargo foi o de negociador europeu para a saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) entre 2016 e 2021, depois de ter sido comissário europeu por duas vezes com as tutelas do Mercado Interno (2010-14) e da Política Regional (1999-2004).
Foi ministro dos Negócios Estrangeiros entre 2004 e 2005, durante a presidência de Jacques Chirac, e ministro da Agricultura entre 2007 e 2009, com Nicolas Sarkozy no Eliseu, tendo antes disso sido ministro do Ambiente e dos Assuntos Europeus.
Iniciou a carreira política em 1973, tendo também sido eurodeputado, deputado e senador em França.
Lusa