“Hoje elevamos o nosso clamor unânime perante o Tribunal Penal Internacional, onde já apresentámos provas suficientes para que seja feita justiça. Em todas as cidades do mundo onde há um venezuelano, protestamos para dizer uma mensagem muito clara: TPI, atua agora”, apelou.
O pedido de Maria Corina Machado teve lugar num áudio divulgado nas redes sociais, no dia em que venezuelanos radicados em diferentes países realizam protestos para exigir justiça àquela instância judicial.
Maria Corina Machado começou a mensagem explicando que “é indignante” a situação que estão a viver todos os venezuelanos.
“O regime deixou-nos sem água, sem eletricidade, sem saúde, sem educação, sem justiça, sem as nossas famílias. Persegue todos só porque dizem a verdade. Para onde havia luz, este regime trouxe literalmente a escuridão […], mas a verdade é que ninguém nos pode obrigar a esta humilhação. Ninguém. Nós temos a chave da mudança e em mais ninguém”, afirmou.
Por outro lado, referiu, hoje começou “o tempo do advento, de preparação para a chegada do Natal, para um novo nascimento do Menino Deus”, o que “significa a possibilidade de um novo começo”.
“Deus fez-nos livres e, portanto, capazes de forjar o nosso próprio destino […]. Devemos preparar-nos para derrubar os velhos muros que nos separam deste novo tempo. Um tempo que já decretámos nas últimas eleições [presidenciais, de 28 de julho], quando elegemos Edmundo González como nosso novo Presidente”, sublinhou.
A líder da oposição instou os venezuelanos a refletir tendo em conta o “caráter invencível” da sua luta. Segundo Maria Corina Machado, se os venezuelanos permanecerem unidos e decididos, ninguém poderá impedir que se faça valer o mandato popular emitido em 28 de julho.
“Defendamos, pois, as nossas vítimas inocentes, os nossos heróis, os nossos rapazes, os nossos corajosos compatriotas que deram tudo por tudo nesta luta. É tempo de solidariedade e de nos unirmos como nunca antes”, afirmou.
Os venezuelanos, acrescentou, vão “mostrar ao regime e ao mundo de que são feitos e que merecem a liberdade que Deus lhes prometeu”.
A Venezuela realizou eleições presidenciais em 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral atribuiu a vitória ao Presidente e recandidato Nicolás Maduro, com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos.
A oposição venezuelana e muitos países denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente.
Os resultados eleitorais foram contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo, segundo as autoridades, de mais de 2.400 detenções, 27 mortos e 192 feridos.
O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela ainda não divulgou as atas do sufrágio desagregadas por assembleia de voto.
Lusa