O social-democrata Miguel Albuquerque discursava na Assembleia Legislativa da Madeira, no Funchal, no debate “Estado da Região Autónoma”, referindo-se a declarações do também secretário-geral do PS feitas no âmbito da sua deslocação ao Funchal para participar nas jornadas parlamentares do partido, que se realizaram em 25 de junho.
Na iniciativa, António Costa, disse: “Sabemos que a Madeira nem sempre gosta do PS, mas os madeirenses podem estar certos de que o PS gosta da Madeira.”
“O senhor primeiro-ministro veio à Madeira dizer, em tom paternalista, que os madeirenses não gostam do PS. De facto, nada mais verdadeiro, porque os madeirenses não são masoquistas. Ninguém pode gostar de quem os trata de forma discriminatória”, afirmou o chefe do executivo madeirense (PSD/CDS-PP) na última vez em que o Governo Regional vai estar presente nesta legislatura no parlamento da região.
O governante social-democrata criticou o que considerou ser “a habitual reverência embasbacada e pacóvia” do PS/Madeira e as medidas que tem vindo anunciar o cabeça de lista e líder dos socialistas insulares, Sérgio Gonçalves. Segundo Albuquerque, estas medidas evidenciam “trafulhice política” e um partido “desesperado e à deriva”.
O objetivo do PSD, referiu o presidente do Governo Regional, é “prosseguir o caminho da mudança”, num rumo ao seu desenvolvimento integral, com a conquista da autonomia que “pôs fim a um histórico trágico de submissão, iniquidade e conformismo”.
O governante considerou que o seu governo “é a antítese do esquerdismo socialista conservador e imobilista, que não decide, que não faz obra, que não reforma, que não galvaniza nem mobiliza, e que mergulhou Portugal no atoleiro e no empobrecimento”.
Também criticou “as mistificações e as mentiras de uma oposição ideologicamente indigente, que após 40 anos continua a girar em torno da mesma bolha de ressentimento sem nada de novo para oferecer” à população desta região autónoma.
O chefe do executivo madeirense falou dos últimos quatro anos do seu governo, numa “legislatura atípica” em que enfrentou a maior crise económica, social e de saúde publica da história da Madeira com “firmeza e seriedade, ouvindo ao longe “os habituais disparates debitados pela desorientada oposição local” e recorrendo aos seus próprios recursos, por falta de solidariedade da República.
Miguel Albuquerque recordou que a pandemia da covid-19 veio interromper o ciclo de crescimento económico da Madeira, salientando que a região tem efetuado “uma recuperação excecional”.
“Em 2023, as taxas de crescimento já estão a superar as de 2022. e estimamos que o PIB [Produto Interno Bruto] atinja o valor nunca antes alcançado de 6.000 milhões de euros”, afirmou.
O governante mencionou o compromisso da redução da carga fiscal, “o que permitiu devolver mais de 300 milhões de euros às famílias e empresas, estando-se em 28,1% do PIB”, enquanto a nível nacional “a carga fiscal atingiu um novo máximo de 36,4% do PIB, um verdadeiro saque aos cidadãos”.
Um clima de estabilidade, de diálogo e paz social na região, além da concertação com dos vários parceiros – em contraste com “a rebaldaria nacional” em diferentes setores, como na Saúde e Educação, num cenário marcado por “greves e a contestação permanente” -, foi destacado no seu discurso.
“No paraíso da República socialista enterram-se milhões e milhões em empresa falidas e já lá vão 50 anos para decidir um aeroporto”, observou, ironizando: "Provavelmente vai ser na Madeira.”
Lusa