O porta-voz oficial do secretário-geral, Jamal Rushdi, indicou que a organização, que representa 22 países árabes, se solidariza com o Qatar e com quaisquer medidas que o país adote para proteger a sua soberania e salvaguardar a sua segurança.
“A conduta israelita constitui uma violação de todas as normas e princípios internacionais estabelecidos”, declarou o porta-voz da Liga Árabe.
Na sua declaração, Jamal Rushdi alertou que o ataque já reivindicado por Israel impõe à comunidade internacional “a firme responsabilidade de lidar com este Estado, que desrespeita a lei e não se importa com as consequências das suas ações vergonhosas”.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, confirmou o ataque na capital do Qatar como uma operação dirigida contra os “principais líderes terroristas do Hamas” e disse quer o seu país assumia “toda a responsabilidade” por ela.
O Exército israelita referiu-se a “um ataque preciso” contra a alta liderança do grupo islamita, a quem imputa a gestão da guerra contra o seu país durante vários anos.
Os militares israelitas atribuem também aos dirigentes visados a participação no “brutal massacre de 07 de outubro” de 2023 dos militantes islamitas no sul de Israel, que desencadeou o atual conflito na Faixa de Gaza.
Ainda não são conhecidos detalhes do ataque, nem a ocorrência de vítimas, embora as autoridades do Qatar já tenham indicado que foram visados membros do ‘bureau’ político do Hamas reunidos num edifício civil.
Fonte do grupo islamita referiu à agência noticiosa espanhola EFE que se tratava da equipa de negociadores nas discussões de um cessar-fogo na Faixa de Gaza, de que o Qatar é um dos países mediadores.
Vários países árabes reagiram ao ataque com palavras de condenação, com os Emiratos Árabes Unidos a criticar Israel por uma “escalada irresponsável”, que ameaça a segurança do Médio Oriente e uma “flagrante violação” da soberania do Qatar.
O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed ben Salmane, assinalou pelo seu lado um “ato criminoso” e uma “violação do direito internacional”, numa chamada telefónica com o emir do Qatar, segundo a agência saudita (SPA).
O Qatar já tinha atribuído a Israel a autoria do ataque, que considerou cobarde e uma violação do direito internacional.
Noutras reações de países da região, o Egito, que acolhe a sede da Liga Árabe, alertou para “um precedente perigoso” que se abre com a ofensiva israelita em Doha, enquanto a Turquia defendeu que, ao visar a equipa negociadora do Hamas, Israel “mostra que o seu objetivo não é alcançar a paz, mas prosseguir a guerra”.
Lusa