Num debate de nível ministerial do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) sobre a situação no Médio Oriente, com foco em Gaza, Guterres fez um balanço dos seis meses e meio de operações militares israelitas no enclave, sublinhando que dois milhões de palestinianos “suportaram a morte, a destruição e a negação de ajuda humanitária vital” e que agora estão a enfrentar a fome.
“Tudo isto aconteceu com severas limitações impostas pelas autoridades israelitas à entrega de ajuda humanitária às pessoas em Gaza, que enfrentam fome generalizada”, afirmou
Guterres reconheceu que Israel assumiu recentemente uma série de compromissos para melhorar a prestação de ajuda, e que “houve alguns exemplos de progressos limitados”, mas avaliou que o “progresso aparente numa área é muitas vezes anulado por atrasos e restrições noutras áreas”.
“Por exemplo, embora as autoridades israelitas tenham autorizado mais caravanas de ajuda, essas autorizações são frequentemente concedidas quando já é demasiado tarde para fazer entregas e regressar em segurança. O nosso pessoal não pode operar na escuridão, numa zona de guerra repleta de munições não detonadas”, reforçou.
“Portanto, o impacto é limitado e às vezes nulo. As autorizações aumentam, mas continuam a existir obstáculos à ajuda às pessoas que necessitam desesperadamente”, acrescentou Guterres.
De acordo com o líder da ONU, é necessário “um salto quântico na ajuda humanitária aos palestinianos em Gaza”.
Lusa