"Pela primeira vez em décadas, as Forças de Defesa de Israel estão a combater no coração da cidade de Gaza", declarou hoje Yaron Finkelman, comandante do Comando Sul do exército israelita.
As tropas israelitas iniciaram operações militares dentro da Faixa de Gaza há cerca de dez dias, após semanas de contínuos ataques de artilharia a partir de solo israelita e bombardeamentos aéreos, e anunciaram no passado fim-de-semana um cerco das suas tropas à cidade de Gaza, a principal urbe do enclave palestiniano.
"Neste preciso momento, os nossos soldados estão a eliminar terroristas, a descobrir túneis, a destruir armas, enquanto continuam a avançar para o coração do inimigo", declarou o major Finkelman num comunicado militar.
Os soldados tomaram o controlo de um reduto militar do Hamas no ‘coração’ da cidade de Gaza e atacaram milicianos escondidos perto de um hospital, informaram hoje as Forças de Defesa de Israel, referindo que o exército continua a aprofundar e a alargar a ofensiva terrestre na Faixa de Gaza.
Segundo as informações do exército, as tropas parecem estar a concentrar os esforços na captura de centros de comando e controlo e na expulsão de membros do Hamas dos seus redutos nos arredores da populosa cidade, alguns dos quais, segundo oficiais israelitas, se situam perto ou sob os hospitais do enclave, sobrelotados de civis.
Os residentes do norte de Gaza relataram combates intensos durante a noite, que continuaram na manhã de hoje em áreas fora da cidade. O campo de refugiados de Shati, bairro construído na costa norte da cidade de Gaza, tem sido alvo de fortes bombardeamentos aéreos e marítimos nos últimos dois dias, segundo os residentes.
Israel declarou guerra ao Hamas há exatamente um mês, na sequência de um ataque do grupo islamita que causou mais de 1.400 mortos e mais de 240 reféns, enquanto a ofensiva israelita na Faixa de Gaza causou mais de 10.300 mortos, cerca de 26.000 feridos e 2.450 desaparecidos, a maioria civis.
Na Guerra dos Seis Dias de 1967, Israel ocupou a Faixa de Gaza, território do qual se retirou em 2005, mas que mantém sob bloqueio aéreo, terrestre e marítimo.
Lusa