Em declarações aos jornalistas após ter votado na Escola José Salvado Sampaio, em Lisboa, António Costa sublinhou que estas eleições se realizam no ano em que Portugal celebra os 50 anos do 25 de Abril.
“Não há seguramente melhor forma de celebrar a nossa democracia do que exercer o direito de voto. O apelo que eu faço a todas e todos, àqueles que ainda não fizeram, é que votem, escolham, decidam”, afirmou.
O chefe do executivo referiu que “há uma oferta partidária bastante diversificada” e cada um, “na sua consciência, saberá qual é a melhor solução para o futuro”, insistindo que é “fundamental ninguém ficar em casa e deixar os outros decidir”.
“O que é importante para expressar a confiança que nós temos nas nossas instituições, na nossa democracia. O voto de confiança no Portugal de Abril é votar, e é isso o que eu desejo que todos façam”, reforçou, agradecendo ainda aos “milhares de cidadãos” que estão nas mesas de voto, às “forças de segurança” e a “todos os que permitem que esteja a decorrer em todo o país com total normalidade” o ato eleitoral.
Questionado onde vai passar a noite eleitoral, António Costa sublinhou que há 30 anos que não vive um dia eleitoral sem ser candidato, comparando a sua situação atual à de um jogador de futebol que passa à posição de adepto.
“Eu tive ainda a felicidade de assistir a muitos jogos ao lado do Eusébio e eu hoje percebo melhor o nervosismo que ele tinha quando estava sentado na bancada. Ele tinha uma toalha que torcia e retorcia. Eu não tenho uma toalha, mas acho que me vou concentrar num ‘puzzle’ para gerir essa ansiedade”, gracejou.
Interrogado se irá marcar presença no hotel lisboeta onde decorre hoje a noite eleitoral do PS, o primeiro-ministro respondeu: “Se o resultado não for bom, seguramente irei lá expressar a solidariedade, se o resultado for aquele que desejo, ninguém precisa de mim para a festa”.
Nestas declarações aos jornalistas, António Costa foi ainda questionado se, caso soubesse o que sabe hoje, se teria demitido da função de primeiro-ministro, tendo respondido que “há deveres de consciência que não têm momento”.
“Eu expliquei a razão pela qual entendi ser meu dever resignar às funções que estava a exercer porque tenho, além do mais, um dever de proteger as instituições e um primeiro-ministro não pode nem deve estar sob suspeição”, referiu, acrescentando que as decisões subsequentes – designadamente a convocação de eleições – o transcendem, apesar de considerar que não se deve reabrir essa discussão.
“As eleições foram marcadas, foram disputadas, agora o que importa é que as pessoas votem e façam a escolha”, disse.
Já interrogado se, daqui a dois anos, pretende candidatar-se a Presidente da República, Costa descartou por completo essa possibilidade, salientando que tem vocação para “funções executivas”.
“Essas funções presidenciais não fazem o meu estilo, de comentar o que os outros fazem, opinar sobre o que os outros devem fazer. Isso não é bem o meu estilo e a minha forma de estar na política. Podem estar descansados: daqui a dois anos ninguém vai ter de se incomodar a vir votar em mim”, afirmou, salientando ainda que não é o seu futuro que está hoje em causa, depois de ser questionado se ambiciona ser o próximo presidente do Conselho Europeu.
Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar hoje para eleger 230 deputados à Assembleia da República.
A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.
Lusa