Salientando estarem “conscientes do papel crítico que desempenham na manutenção de cadeias de comunicação e logística vitais para a economia e a sociedade portuguesa, papel reforçado no atual contexto”, os CTT garantem que “continuam a cumprir escrupulosamente, como sempre fizeram, as recomendações das autoridades competentes e têm colocado sempre em primeiro lugar a segurança dos seus trabalhadores”.
Numa pergunta ao Governo divulgada no sábado à comunicação social, o grupo parlamentar do PCP denunciou "diversas situações em diversos locais" de tentativa de omissão de casos covid-19 nos CTT, nas últimas semanas, e acusou a empresa de incumprimento das regras de combate à pandemia.
"Chegaram-nos relatos de tentativas de convencer os trabalhadores a não falarem com outros do mesmo departamento ou serviço, de tentativas de impedir trabalhadores de contactarem a linha SNS 24 e a Direção Geral da Saúde, entre outras formas de coação para que se escondessem informações", denuncia o grupo parlamentar numa pergunta enviada na sexta-feira ao ministro das Infraestruturas e Habitação.
O PCP, no documento, acusa a administração dos CTT de estar "preocupada apenas em aumentar os resultados" financeiros da empresa e de "não olhar a meios para atingir os seus fins, pondo em risco a saúde dos seus trabalhadores, das suas famílias e dos cidadãos" que diariamente se deslocam aos serviços dos correios.
Numa resposta escrita enviada à agência Lusa, os CTT negam estas acusações e garantem que a empresa de rege “escrupulosamente pelas orientações da Direção-Geral de Saúde no que aos equipamentos de proteção diz respeito, bem como à linha de atuação relativamente às situações do potencial contágio e contágio confirmado”.
“A primeira prioridade da empresa tem sido ao longo de toda a gestão da crise pandémica a segurança dos seus trabalhadores e que, desde a primeira hora, foram dotados de equipamento de proteção individual para que se pudessem manter na linha da frente em segurança”, sustenta.
“Assim – prossegue – é absolutamente falso que os CTT ‘tentem convencer os trabalhadores a não falarem com outros do mesmo departamento ou serviço, de tentativas de impedir trabalhadores de contactarem a linha SNS 24 e a Direção-Geral da Saúde, entre outras formas de coação’, como alega o grupo parlamentar do PCP”.
Segundo garante, “o contacto com a Linha Saúde 24 pode ser feito por qualquer pessoa que o entenda fazer e, portanto, pelos trabalhadores que assim entendam e não pela empresa”, competindo sim, a esta, contactar o delegado de saúde.
Por outro lado, acrescenta, os CTT, “justamente no sentido contrário ao sugerido, criaram mesmo uma linha interna propositadamente dedicada a esclarecimentos relativos à pandemia, facilitando, assim, o cumprimento dos procedimentos definidos pelas autoridades”.
“Desde o início da pandemia, as indicações que têm sido divulgadas sistematicamente aos colaboradores é de que, em caso de confirmação de infeção ou suspeita, devem mesmo contactar a Linha 24”, salienta.
Sempre que há a confirmação de um caso positivo na empresa, os CTT garantem que “informam a unidade de saúde pública respetiva e remetem uma análise exaustiva do ponto de vista de saúde ocupacional, com vista à identificação dos contactos de risco elevado do foro laboral, como forma de contenção de potenciais cadeias de transmissão”.
Na nota enviada à Lusa, os CTT salientam ainda que, “desde o início da pandemia, têm fornecido de forma regular aos seus trabalhadores uma profusa seleção de equipamentos de proteção”, incluindo diversos tipos de máscaras, luvas, viseiras, álcool gel e toalhetes, tendo ainda colocado nas duas lojas e em todos os locais de atendimento aos seus clientes acrílicos de proteção e dispensadores de álcool gel, para além de outras medidas de segurança.
“Na rede de distribuição e outras áreas operacionais foi definida e executada uma estratégia de contingência em linha com a adotada pelos demais serviços públicos essenciais, baseada na rotatividade e alternância de equipas de modo a proteger os colaboradores e clientes e a assegurar a continuidade da atividade”, refere.
Adicionalmente, a empresa diz proceder à “desinfeção e nebulização periódica dos locais de trabalho” e ter “implementado o regime de teletrabalho sempre que possível, seguindo as recomendações do Governo e as disposições legais em vigor”.