“Na NATO somos só um e, portanto, a ameaça a qualquer um de nós é uma ameaça a todos nós. A nossa defesa começa precisamente aqui, na Roménia”, declarou António Costa aos jornalistas na quarta-feira à noite, quando chegou a Bucareste.
Acompanhado pela ministra da Defesa, Helena Carreiras, e pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, Francisco André, o primeiro-ministro estará ao início da tarde na base militar da Caracal, onde estão desde 15 de abril os 222 militares portugueses.
Este grupo é composto por atiradores de uma companhia de infantaria mecanizada e membros da equipa de operações especiais, que se juntarão a forças correspondentes do lado romeno.
O contingente foi ainda reforçado com um módulo de defesa antiaérea, estando equipado com mísseis Stinger. Dispõe de um módulo de conjunto de informações e outro de apoio, embora a preparação tenha sido feita em tempo reduzido, em virtude das circunstâncias da guerra na Ucrânia.
No início desta visita, António Costa estará acompanhado pelo Presidente da República da Roménia, Klaus Iohannis, e pelo primeiro-ministro deste país, Nicolae Ciucã.
De manhã, o primeiro-ministro terá uma reunião a sós com o seu homólogo romeno, seguindo-se uma reunião plenária entre delegações dos dois governos e a assinatura de um acordo que pretende aprofundar a cooperação entre os dois países na área da defesa.
O primeiro acordo entre Portugal e a Roménia ao nível militar foi assinado em 1995 e, entre outras consequências, traduziu-se na venda pela parte portuguesa de 17 aviões F-16 à Força Aérea romena.
Além das tropas nacionais na base de Caracal, no âmbito das relações bilaterais com a Roménia, Portugal contribui ainda com uma unidade de operações especiais, que se encontra na base militar de Târgu Mures, na Transilvânia. Uma unidade que tem prevista uma rotação entre os ramos da Marinha e do Exército e que é constituída por 20 militares, por um período de quatro meses e até um ano.
Ao final da tarde, António Costa parte para a capital polaca, onde terá um jantar com empresários portugueses.