"Se tudo correr bem, estamos a uma semana de entrarmos na última e definitiva, espero que definitiva fase de reabertura da nossa sociedade", disse António Costa.
"Tenho a esperança, que não é um compromisso, é só a esperança, de que tenhamos a confirmação daquilo que os dados aparentam indicar. Que estamos no bom caminho e que, com segurança podemos dar o passo que falta dar", sublinhou.
O primeiro-ministro lembrou que, na terça-feira, há "mais uma reunião com o senhor presidente da República, com os diferentes parceiros sociais, diferentes forças políticas e com os cientistas para fazer a avaliação do estado da nossa pandemia e fazer a avaliação dos passos que podemos dar na próxima semana".
O primeiro-ministro referia-se à reunião, por videoconferência, sobre a "Situação epidemiológica da Covid-19 em Portugal" que vai decorrer, na terça-feira, a partir do Infarmed, em Lisboa.
O primeiro-ministro, que discursava na inauguração da requalificação da escola secundária de Valença, um investimento de 3,7 milhões de euros, sublinhou que, após "o terrível mês de janeiro, que ficará para sempre na memória", é "hoje gratificante" ter o país "há cinco semanas consecutivas com os melhores números a nível europeu".
"Todos aprendemos a precariedade desta realidade. Esperamos já ter passado o pior, mas temos todos que saber que, se nos distrairmos, relaxarmos, podemos voltar a estar outra vez pior", referiu.
O chefe de Governo acrescentou que "o processo de vacinação está a andar e a bom ritmo" mas que se trata de "uma luta contra o tempo para vacinar mais depressa que as mutações e variantes do vírus".
"Em janeiro fomos surpreendidos pela variante britânica e com a sua velocidade de transmissão e contaminação e desejamos chegar ao fim deste processo de vacinação sem novas surpresas, relativamente às variantes. As variantes circulam, começam numa ponta e dão a volta ao mundo e mais tarde ou mais cedo batem-nos à porta. Por isso, definimos um processo de reabertura da sociedade que designamos a conta-gotas".
Para dar "o passo que falta", Costa sublinhou a necessidade de não "relaxar nos nossos comportamentos".
"Temos mesmo de continuar a usar da máscara, a manter o distanciamento físico e a higiene das mãos e a evitar contactos desnecessários", alertou.
Disse que essa "disciplina é para manter mesmo depois da primeira e segunda dose da vacina, porque não há dados que a ciência possa comprovar que mesmo concluído o processo de vacinação não haja risco de transmissão".
"Quem está vacinado sofrerá uma doença com menor gravidade, mas como tudo o que é novo precisamos de tempo para aprender. Ainda sabemos muito pouco e, por isso temos, como diria a minha avó, de olhar para este vírus com muito respeitinho, muita cautela e muito cuidado. Não podemos correr o risco das coisas se descontrolarem", alertou.
À chegada à escola sede do agrupamento Muralhas do Minho, em Valença, o primeiro-ministro, foi vaiado por um grupo de pessoas que reclamavam a reabertura da fronteira com Espanha.
C/Lusa