“Estou ciente da frustração sentida por muitos europeus que percecionam que a UE foi demasiado passiva [com os EUA] nestes desenvolvimentos […], certamente que o regresso das tarifas não é para celebrar ou as limitações de um quadro comercial desequilibrado”, disse António Costa, durante uma intervenção em Bled, na Eslovénia.
O presidente do Conselho Europeu sustentou que “é preciso ser honesto sobre o quadro mais abrangente”.
No mundo “interconectado de hoje, o comércio, a diplomacia e a segurança influenciam-se inevitavelmente”, continuou o ex-primeiro-ministro de Portugal.
Enquanto o comércio é “uma dimensão da relação com os EUA”, a segurança, “especialmente com uma guerra às portas” da UE, “é uma preocupação existencial”.
“Escalar as tensões com um aliado essencial por causa de tarifas, enquanto a nossa fronteira de leste está sob ameaça, teria sido um risco imprudente”, justificou António Costa.
Defendendo as negociações feitas pela Comissão Europeia, em nome dos 27 países do bloco político-económico europeu, o presidente do Conselho Europeu disse que foi privilegiada “a diplomacia em detrimento de escalar” as tensões com a Casa Branca de Donald Trump.
“Escolhemos a contenção porque somos responsáveis”, completou.
A União Europeia “não começou esta guerra aduaneira”, mas “evitou a retaliação para proteger os próprios interesses”, disse António Costa.
Lusa