O CDS-PP/Madeira manifestou hoje, na Ribeira Brava, a sua "profunda indignação" por ter ouvido um dirigente do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) "congratular-se com o prejuízo de 30 milhões de euros" que a greve provocou na TAP.
"Este senhor não merece ser trabalhador nem sindicalista, quando se congratula pelo facto da empresa onde trabalha ter perdido 30 milhões de euros", disse José Manuel Rodrigues, líder e deputado do CDS-PP/Madeira, no encerramento das jornadas parlamentares, que decorreram este fim de semana.
"Não foi só a TAP que perdeu 30 milhões de euros, foi Portugal que perdeu muitos milhões de euros e foi, em particular, a Madeira, que viu 77 voos serem cancelados, com prejuízos e constrangimentos para cerca de 10 mil passageiros", salientou.
O dirigente do SPAC, Hélder Santinhos, disse, na sexta-feira, que os custos da greve, que começou no dia 1 de maio e termina hoje, são na casa dos 30 milhões de euros e as exigências feitas pelo sindicato ao Governo e à TAP representam 6,5 milhões de euros por ano.
As jornadas parlamentares do CDS-PP/Madeira reuniram na Ribeira Brava, zona oeste da Madeira, os oito deputados do partido (sete da Assembleia Legislativa regional e um da Assembleia da República) e contaram com a participação de vários convidados, que abordaram temas da área da economia, emprego e assuntos sociais.
José Manuel Rodrigues realçou que a região autónoma está a atravessar uma grave recessão económica, onde se destacam as falências e insolvências de empresas, 23 mil desempregados, uma nova vaga de emigração e o aumento da pobreza, pelo que considera fundamental apostar em seis áreas de modo a dinamizar a economia: o Centro Internacional de Negócios, o setor do Turismo, a economia do mar, a agricultura e pecuária, a reabilitação urbana e a qualificação dos recursos humanos.
"Queremos um combate sem tréguas ao abandono escolar", disse o líder do CDS-PP, lembrando que um em cada quatro jovens madeirenses abandona a escola sem completar a escolaridade obrigatória.
"Esta é, porventura, a nossa maior desigualdade: a desigualdade do acesso ao saber e ao conhecimento", sublinhou, reforçando que "esta é uma das causas da pobreza estrutural da Madeira e um facto que afeta a produtividade e a competitividade da economia".
José Manuel Rodrigues evocou, também, os constrangimentos que resultam da insularidade, da carga fiscal elevada, dos altos preços dos transportes aéreos e marítimos e da burocracia da administração pública, prometendo que o CDS-PP vai tratar de apresentar propostas e soluções para recuperar a economia regional, criar emprego e reduzir as desigualdades sociais.