“É intolerável o silêncio do Ministério do Planeamento e Infraestruturas e inconcebível o comportamento da companhia aérea espanhola Binter”, disseram os centristas madeirenses, num comunicado divulgado na região,
O CDS da Madeira recorda que a transportadora, vencedora do contrato de concessão de serviço público da linha aérea entre a Madeira e o Porto Santo, “nos últimos quatro dias cancelou vários voos entre as duas ilhas, prejudicando dezenas de passageiros”.
No entender dos centristas madeirenses, a companhia está a “infringir os deveres do cumprimento de serviço público plasmados no contrato de concessão”.
No mesmo documento, defendem que deve ser “assacadas” à companhia espanhola as “responsabilidades ao nível dos prejuízos causados nas populações residentes no Porto Santo, mas também no setor do turismo, na economia local”.
Salientam que este problema tem estado a “causar situações embaraçosas ao nível da saúde dos residentes e no transporte de medicamentos”
“Estranhamente, a Binter tem cancelado voos entre a Madeira e o Porto Santo alegando ‘condições atmosféricas’, e nalguns casos isso verificou-se, apesar da normalidade do movimento aéreo no Aeroporto Cristiano Ronaldo quinta-feira e hoje, a companhia não efetuou os voos para Porto Santo, mas realizou as ligações que tinha programadas entre a Madeira e Canárias”, sustentam.
O CDS insular considera que esta é “uma afronta merecedora de total reprovação”, exigindo à transportadora “uma explicação urgente e clarificadora, mas também um pedido público de desculpas às dezenas de passageiros afetados”.
Os centristas regionais defendem que “não pode permanecer remetida ao silêncio como se nada de anormal estivesse a protagonizar”, sublinhando que esta situação é “grave, comporta elevados custos para o Porto Santo e tem que ser publicamente esclarecido”.
Por seu turno, o deputado do PSD na Assembleia da Madeira eleito pelo Porto Santo Bernardo Caldeira em conferência de imprensa também censurou a transportadora espanhola, classificando o silêncio do Governo central de “ensurdecedor” perante uma situação que prejudica a população do Porto Santo.
"Neste momento, temos crianças, idosos, pessoas sem medicação, retidas no aeroporto, sem conseguirem voltar para o Porto Santo", disse o parlamentar, considerando esta situação de “estranha”, sobretudo pelo "silêncio do Governo da República, a quem cabe a responsabilidade desta linha”.
Na opinião do deputado social-democrata, "há silêncios ensurdecedores e este é um deles".
O parlamentar porto-santense mencionou que o Governo da República está a suportar uma linha para que esteja operacional, exigindo que “faça o seu trabalho e obrigue a companhia a viajar para o Porto Santo".
LUSA