O deputado do BE na Assembleia da Madeira criticou o primeiro-ministro, que termina hoje uma visita à região, por ter "castigado" os madeirenses em matéria de ligações aéreas só porque "estava de candeias às avessas" com Alberto João Jardim.
"Andou a castigar-nos porque estava de candeias às avessas com Alberto João Jardim e agora está em lua-de-mel com o dr. Miguel Albuquerque, e os madeirenses", afirmou Roberto Almada numa conferência de imprensa junto ao edifício da TAP no Funchal, durante a qual fez "uma pequena análise da visita do primeiro-ministro à Madeira".
Na segunda-feira, Pedro Passos Coelho e o presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, anunciaram ter chegado a acordo sobre a aplicação de um regime semelhante ao dos Açores nas ligações aéreas entre o continente e região, passando os residentes a pagar 86 euros e os estudantes 65 euros, um processo que deverá estar concluído antes do fim da atual legislatura do executivo da República.
O deputado censurou que esta medida há muito reivindicada pelos madeirenses tenha sido acordada em final de mandato do Governo do PSD/CDS-PP, chefiado por Pedro Passos Coelho.
"Isto é inaceitável e será objeto de voto de protesto do BE na Assembleia Legislativa da Madeira esta posição do primeiro-ministro que andou a castigar os madeirenses durante quatro anos quando podia ter imposto um teto máximo e impedido que tivéssemos de pagar viagens mais caras para o continente do que para Londres ou para Roma", anunciou o parlamentar bloquista insular.
Roberto Almada considerou também que o primeiro-ministro "parece ter trazido grandes novidades e inovações à região" nesta primeira visita oficial, mas apontou que na questão dos 43 milhões de euros do Fundo de Coesão que vêm agora para a Madeira, "é um ‘flop’, porque a região tinha direito a este dinheiro".
"É cumprimentar com chapéu alheio, não é dinheiro da Republica e, afinal, vai para o pagamento da dívida e não para combater a pobreza e exclusão social", argumentou.
Também na questão da construção do novo hospital, o deputado do BE-Madeira opinou que Pedro Passos Coelho "trouxe uma mão vazia e outra cheia de nada", pois não anunciou "nada em concreto".
No entender deste parlamentar madeirense, Pedro Passos Coelho "veio falar de muita coisa, mas não disse se a austeridade vai embora".