O protesto teve os votos favoráveis do PSD e do CDS/PP, os votos contra do PS e a abstenção do PCP, BE, JPP, PTP e do deputado independente Gil Canha.
No encerramento do XVIII Congresso Regional do PS-Madeira, realizado a 03 e 04 de fevereiro, Ana Catarina Mendes declarou que a construção do novo hospital da Madeira não avançava "por paralisia, falta de visão e ambição do Governo Regional".
As declarações de Ana Catarina Mendes, classificadas pelo PSD de "desonestidade política" e de "falta à verdade", foram hoje objeto do voto de protesto apresentado pelo Grupo Parlamentar do PSD na ALM, mas também de uma intervenção do deputado social-democrata João Paulo Marques, no Período Antes da Ordem do Dia (PAOD), que acusou o PS e o Governo da República de pretenderem "arrastar o novo hospital para as trincheiras do debate partidário", utilizando "artimanhas" para a sua não construção.
Ao afirmar que o novo hospital da Madeira não avança "por paralisia, falta de visão e ambição do Governo Regional", diz o texto do voto de protesto, "Ana Catarina Mendes não só está a faltar à verdade como está a tentar lançar areia para os olhos dos madeirenses".
"Como deputada do PS na Assembleia da República, Ana Catarina Mendes, chumbou, ao lado dos seus colegas de bancada, as propostas dos deputados do PSD-Madeira para que os orçamentos do Estado para 2017 e para 2018 incluíssem financiamento para o novo hospital, demonstrando a falta de interesse do PS e do Governo da República na concretização desta aspiração dos madeirenses", realça o voto.
O documento recorda ainda que, "até ao momento, a dotação de verbas para o novo hospital da Madeira foi apenas assegurada nos orçamentos da região de 2017 e de 2018, estando reunidas, da parte do Governo Regional, todas as condições para que o concurso público seja lançado em 2018. Só não avança porque não existe, até à data, a dotação de verbas por parte do Governo da República, nem no Orçamento do Estado para 2017, nem no Orçamento do Estado para 2018".
"Nesse sentido – lê-se no voto – as declarações da secretária-geral adjunta e deputada na Assembleia da República só podem ser vistas como desonestidade política".
"Assim, a Assembleia Legislativa manifesta o seu mais veemente protesto pela total desonestidade política da secretária-geral adjunta, Ana Catarina Mendes, no que se refere ao novo hospital, lamentando que, até à data, o Governo da República do PS não tenha inscrito uma verba no Orçamento do Estado de forma a assegurar o início do concurso no novo hospital já em 2018", conclui o voto de protesto.
No PAOD, o social-democrata João Paulo Marques enunciou os vários entraves à construção do novo hospital recordando que o episódio mais recente foram as demissões do presidente e vice-presidente do Grupo de Trabalho criado pelo Governo da República.
O Grupo de trabalho, projetado em 2016, constituído no final de 2017, altura em que reuniu pela primeira vez.
Ficou de reunir em janeiro e em fevereiro mas não aconteceu, estando em risco a reunião de março face às demissões ocorridas, factos apelidados pelo deputado como "artimanhas" do Governo da República para adiar a construção do hospital.
"Todo este processo é um manual de maus costumes que a República tem imposto contra a Madeira", observou.
CDS/PP, PCP, BE, PTP, JPP e o deputado independente Gil Canha consideraram "um provincianismo" a celeuma criada.
"Quando alguém diz uma verdade é logo censurado por um voto de protesto, é uma verdade o PSD não fez o trabalho de casa, é folclore político e arma de arremesso ao inimigo externo que é a República", contrapôs o deputado do PS Avelino Conceição.
LUSA