"Se a TAP tem um problema de piromania, ou seja, quer-se destruir si própria, nos temos que salvaguardar os interesses da Madeira e da sua economia", acusou Miguel Albuquerque, à margem de uma cerimónia de assinatura de contratos do Instituto de Desenvolvimento Empresarial.
O governante reclamava de mais dois cancelamentos de voos da companhia no domingo, alegando que "o regabofe na TAP continua".
"Ontem foram mais dois voos da TAP cancelados, o que dá uma média, desde janeiro deste ano, de 72 voos cancelados", disse, considerando que a empresa está "em rédea livre mais uma vez", afetando cerca de 11 mil passageiros.
Miguel Albuquerque preferiu o discurso político porque, alegou, se a situação não for falada, "a TAP vai continuar a gozar" com os madeirenses e a "fazer o que quer".
Considerou que os cancelamentos provocam danos "irreversíveis" para a economia regional e acusou a companhia de ter uma "atitude tresloucada" e de "estar a destruir ou a tentar destruir a economia" regional.
O líder do executivo regional questionou os presentes sobre o que o Governo nacional e o ministro que tutela a TAP estão a fazer, tendo o próprio respondido "nada".
Recordou que a breve trecho, tal como já tinha anunciado, o Governo Regional irá agir em tribunal contra a companhia.
"Já vamos demandar a TAP judicialmente para a Madeira ser ressarcida dos seus prejuízos", afirmou, considerando ser fundamental, também, neste momento, "as associações empresariais da Madeira tomarem uma posição muito forte sobre esta matéria".
Relembrou que para a região os problemas não se ficam apenas pelos cancelamentos dos voos, voltando a afirmar que os preços praticados pela TAP "são pornográficos" e estão a servir para a companhia "se financiar".
Miguel Albuquerque relatou ainda que há dias atrás encontrou "uns rapazes do desporto no aeroporto [de Lisboa]", onde estavam há dois dias, "e nem dinheiro tinham para comer", afirmando ter sido o próprio a "adiantar com algum dinheiro para as pessoas irem comer".
Os apoios hoje concedidos ao abrigo dos sistemas de incentivos, quer do funcionamento, quer do investimento, perfizeram um total de 78 projetos de apoio ao tecido empresarial.
Na cerimónia de hoje foram pagos 3,88 milhões de euros em incentivos, sendo 582 mil de euros provenientes do orçamento da região e 3,3 milhões de euros de comparticipação comunitária.
C/LUSA