“O Orçamento da Madeira para a Saúde nos últimos cinco anos corresponde na totalidade a um Orçamento Regional por inteiro”, enfatizou Pedro Ramos no debate potestativo requerido pelo grupo parlamentar do PS na Assembleia Legislativa da Região Autónoma, subordinado ao tema “O Estado do Sistema Regional de Saúde na Madeira”.
O governante madeirense, que é o terceiro titular desta pasta, admitiu que “nem tudo está bem” no Sistema Regional de Saúde, assegurando que os problemas estão “identificados” e “iniciadas as medidas” para resolver as situações mais urgentes.
“Nem tudo está bem? Talvez, mas estão identificados” [os problemas] e há medidas iniciadas para resolver situações prementes”.
Enunciou algumas das medidas que o Governo Regional adotou para melhorar o sistema, como a contratualização de mais profissionais, o início do programa de descongelamento da carreira dos enfermeiros, estando em fase de preparação do novo estatuto do Sesaram [Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira, E.P.E], a conclusão da carta de equipamentos, a aposta em dar mais incentivos aos médicos.
“O caminho a seguir é o mesmo, o da modernização, da diferenciação, da resposta, da motivação, do empreendedorismo, do investimento, da sustentabilidade, da qualidade reconhecida não por dentro, mas sim por entidades especialistas na matéria”, realçou.
Pedro Ramos destacou que “um inquérito da Deco (Defesa do Consumidor) de 2017 diz exatamente” que a Madeira “tem um serviço de saúde bom”.
O governante madeirense estabeleceu um paralelo entre o estado dos sistemas nacional e regional, referindo que em matéria do problema das listas de espera “há medidas que estão a ser tomadas”.
“Há situações que não estão resolvidas e constituem desafios, porque a saúde é discutida diariamente”, mencionou, enfatizando que os “indicadores [da Madeira] são diferentes [dos nacionais] e são transparentes”.
Sustentou que o governo madeirense está “consciente de um bom trabalho, honesto, sério, responsável e apenas não reconhecido por todos aqueles que não querem”.
“A nossa missão continua sempre a ser a procura de se atingir patamares de excelência em todas as áreas, valorizando o essencial e não o acessório”, declarou.
Pedro Ramos fez várias criticas aos problemas verificados no Sistema Nacional de Saúde, entre os quais as sucessivas greves das várias classe profissionais, argumentando: “Desculpe a pergunta que eu faço, querem discutir a saúde na Região Autónoma da Madeira? Não têm vergonha da que tem no continente?”.
O responsável apontou que “os ataques à saúde têm sido constantes”, vincando que a população “não pode ficar à mercê de jogos de bastidores e interesses pessoais”.
“Lamento dizer, e não me orgulho como profissional de saúde que também sou, mas estamos bem piores no Serviço Nacional de Saúde, batemos no fundo”, afirmou.
Defendeu igualmente ser preciso “ter respeito pelo Serviço Regional de Saúde, que tem vindo a ser construído ao longo dos últimos 40 anos sempre em evolução e modernização e com respostas para todas as situações”.
Questionado pelos deputados, também assegurou que “o problema dos enfermeiros na Madeira vai ficar resolvido” na região e que “o novo hospital da Madeira é uma certeza”.
Ainda anunciou que “em abril o Sesaram vai ter mais três anestesistas” a trabalhar.
Pedro Ramos sublinhou igualmente que falar do Serviço Regional de Saúde não é apenas abordar o problema das “listas de espera”, mas de outros temas como “organização, proximidade, respostas hospitalares, cuidados continuados e paliativos”.
C/ LUSA