"Houve um aumento de 2.500 pessoas. Por cada duas cirurgias efetuadas, três são colocadas em lista de espera, o que não pode deixar de preocupar", disse o deputado, no debate sobre o Projeto de Resolução "Retoma do Programa de Cirurgias Adicionais no SESARAM (Sistema de Saúde Regional) suspenso em 2016", da autoria do CDS-PP.
Mário Pereira, que também é médico, revelou ainda que o Programa de Recuperação de Cirurgias (PRC) só funcionou 26 semanas em 2018 e "desde 16 novembro de 2018 até hoje não há nenhuma programação". Por outro lado, acrescentou, dos 11 blocos operatórios, "em média só funcionam três blocos por semana".
"Há falta de coragem política para resolver o problema", disse.
João Paulo Marques, do PSD/Madeira, salientou que o partido "nunca disse que tudo estava perfeito" e lembrou que o Governo Regional "investiu mais de quatro milhões de euros nos últimos três anos, o que permitiu a recuperação de 2.000 cirurgias".
A deputada do PCP Sílvia Vasconcelos lembrou, por seu lado, que "há 60.000 atos médicos em lista de espera" porque o Sistema de Saúde regional "atravessa uma grave situação de carências e falhas múltiplas".
Patrícia Spínola, do JPP, acrescentou que, entre "2013 e 2017, nada se fez" para resolver a situação.
Roberto Almada, do BE, considerou também que a avaliação "peca por defeito e que a situação se agravou": "A verdade é que a situação é diferente, mas para pior".
Sofia Canha, do PS, reconheceu que o problema das listas de espera para cirurgias "é um problema que atravessa o país e não é exclusivo da Madeira", defendendo ser "desejável o seu controlo através de uma gestão transparente", de forma a proporcionar "uma redução para níveis aceitáveis".
"Foram quatro anos perdidos", lamentou.
O deputado não inscrito (ex-PND), Gil Canha, criticou igualmente a situação, responsabilizando pela mesma os 40 anos de "festa permanente" dos governos de Alberto João Jardim e do PSD/Madeira.
"Se olhava para o bidão onde espetava a carne, não podia dar atenção à Saúde", ironizou.
C/ LUSA