O presidente da Câmara do Funchal disse hoje que estão em fase de resolução 197 processos relativos aos mais de 300 edifícios afetados pelos incêndios que se registaram no concelho em agosto.
"Até ao momento, já foram analisados 197 casos, classificados com os vários níveis (não reabilitação ou reabilitação total, parcial e imediata) e estão a ser resolvidos", afirmou Paulo Cafôfo na reunião da Assembleia Municipal do Funchal.
O autarca informou que estão a decorrer as obras nos casos considerados como de reabilitação imediata e foram enviados os processos para engenheiros e arquitetos dos casos classificados como necessitando de uma intervenção total ou parcial.
"Já temos, também, diversos terrenos, propriedade da autarquia, com possibilidade construtiva, para termos outras opções para a reconstrução", adiantou.
O responsável indicou ainda que "estão a ser feitas intervenções em oito escarpas do Funchal", o que representa um investimento na ordem de "um milhão de euros para garantir a segurança da cidade".
Paulo Cafôfo adiantou que a autarquia recolheu "quantidades enormes de resíduos" provocados pelos fogos, tendo a câmara recebido 178 pedidos para limpeza, um número que considerou "significativo".
O autarca referiu, ainda, que os serviços camarários estão a prestar apoio psicológico a uma centena de famílias que foram afetadas pelos incêndios.
Entre as medidas delineadas para apoiar os afetados pelos fogos, o presidente do município do Funchal destacou a proposta de isenção do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) durante dois anos para todos os edifícios, total ou parcialmente danificados.
Paulo Cafôfo anunciou que, no âmbito do protocolo celebrado com o Turismo de Portugal, que representa um apoio de três milhões de euros para a reconstrução do Funchal, a intervenção vai começar pela zona histórica de São Pedro, "pelo edifício da Pastelaria Felisberta".
Esta pastelaria foi criada em 1837 e foi, durante muitos anos, um ícone da doçaria no Funchal, tendo registado na sua lista de clientes a imperatriz da Áustria, Sissi, quando esteve na Madeira. Fechou na década de 80 do século passado.
Os incêndios danificaram 304 imóveis no concelho do Funchal, tendo a Câmara Municipal anunciado que 52 não serão reconstruídos. A autarquia estimou os prejuízos no Funchal em 61 milhões de euros.
Estes incêndios, que afetaram sobretudo o concelho do Funchal, provocaram três vítimas mortais, centenas de desalojados e danos avaliados pelo Governo da Madeira na ordem dos 157 milhões de euros em toda a ilha.
C/Lusa