De acordo com Filipe Câmara, o interrogatório será retomado às 9h30, no Tribunal da Comarca da Madeira, no Funchal.
Os quatro suspeitos foram detidos na terça-feira, no âmbito da denominada “Operação Rota do Viajante II”, que decorreu na Madeira e na região de Lisboa, num processo de alegada fraude contra o Estado no subsídio social de mobilidade, e estão indiciados por associação criminosa, burla qualificada, falsificação de documentos e branqueamento de capitais.
Uma nota do Ministério Público refere que o inquérito tinha já onze arguidos constituídos, um deles em prisão preventiva, e que a investigação prosseguia sob direção do Ministério Público do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Loures, com a coadjuvação da Polícia Judiciária (PJ).
Por seu turno, a PJ anunciou que deteve na terça-feira cinco pessoas, com idades entre 23 e 55 anos, e fez 71 buscas numa operação focada na Região Autónoma da Madeira e na Área Metropolitana de Lisboa, que visou uma fraude ao Estado através do subsídio social de mobilidade, num valor superior a meio milhão de euros.
De acordo com o comunicado policial, as buscas domiciliárias e não domiciliárias ocorreram em Lisboa, Loures e na Madeira, em especial nos concelhos do Funchal, de Santa Cruz e de Câmara de Lobos, e constituíram uma segunda iniciativa na Operação Rota do Viajante, cujo inquérito está a cargo do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Loures.
A PJ esclarece ainda que o plano destes elementos passava pela “angariação de residentes” da Madeira, “a quem eram fornecidos documentos necessários ao levantamento deste subsídio e previamente falsificados, como passagens áreas, bilhetes e reservas, faturas e recibos”.
Depois, essas pessoas eram acompanhadas por elementos da rede criminosa e apresentavam a documentação em estações dos CTT no continente para receber o reembolso do Estado.
“A associação criminosa agora desmantelada demonstrava elevados índices de organização, com diferentes níveis hierárquicos, sendo composta por falsificadores, recrutadores e ou angariadores e controladores”, referiu a Judiciária.
Para esta operação foram mobilizados elementos da Unidade Nacional de Combate à Corrupção e do Departamento de Investigação Criminal da Madeira, contando ainda a PJ com o apoio da Força Aérea Portuguesa ao nível logístico e de transporte de arguidos e prova apreendida.
Lusa