A transportadora aérea TAP somou 44 cancelamentos de e para o aeroporto de Lisboa entre as 22:00 de sábado e as 13:00 de hoje, segundo os registos na página da ANA-Aeroportos de Portugal.
Segundo a contabilidade feita pela Lusa, nas chegadas houve 26 cancelamentos para Lisboa, incluindo voos da Madeira, cidades europeias, brasileiras e de Moscovo e Darkar, enquanto as falhas nas partidas somam 18 ligações também para diversos locais do mundo.
A Lusa aguarda por esclarecimentos sobre as dezenas de cancelamentos da companhia, cuja página da rede social Facebook soma várias queixas de passageiros que garantem não ter recebido informações sobre as ligações não efetuadas.
Por parte da companhia, as respostas dadas na mesma rede referem “sinceras desculpas” e, em alguns casos, referidos links para apresentação de reclamações.
A imprensa tem referido "razões operacionais" para estes cancelamentos.
Já hoje o PSD pediu a audição, no parlamento, da administração da TAP para dar explicações sobre os cancelamentos de voos e o CDS-PP quer ouvir o ministro do Planeamento, com a área dos transportes.
Em declarações à Lusa, o deputado Paulo Neves, do PSD, considerou “completamente inadmissível” a situação dos atrasos, nomeadamente para as regiões autónomas, da Madeira e dos Açores, prejudicando milhares de pessoas.
O CDS-PP também quer levar a questão à Assembleia da República e, como o PSD, quer uma audição na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas, mas do ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques.
No sábado, o Governo Regional da Madeira manifestou o seu desagrado junto das companhias aéreas TAP e EasyJet, as únicas que operam regularmente na região, devido ao "cancelamento sucessivo" de voos nos últimos dias, informou o vice-presidente do executivo.
Pedro Calado reconheceu que o cancelamento de voos tem ocorrido por motivos operacionais das duas companhias, mas considerou importante também manifestar o desagrado uma vez que a Madeira, como região insular, está totalmente dependente das ligações aéreas.
No dia 04 de abril, o acionista da transportadora Humberto Pedrosa referiu ser “natural” os cancelamentos e rejeitou uma relação com “possíveis greves”.
"Que eu saiba não temos nenhuma greve de pilotos prevista. É natural que existam cancelamentos de voos nesta altura. No período da Páscoa há muito movimento. Temos tido problemas de congestionamento em outros aeroportos e isso gera atrasos e algumas vezes cancelamentos", disse o empresário Humberto Pedrosa.
No final de março, o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) tinha apelado aos pilotos da para pedirem o gozo de folgas em atraso, para além de não aceitarem voos em dias de folgas e de férias, como "forma de pressão" junto da transportadora aérea.
Na mesma altura, a TAP garantia que iria indemnizar os passageiros afetados por atrasos ou cancelamento de voos, depois da Deco referir estar a receber vários pedidos de informação.
LUSA