O chefe de Estado da Rússia, que falava na 7.º Fórum Económico Oriental, que decorre em Vladivostoque, no extremo oriente do país, respondia às propostas apresentadas pelo G7 e pela União Europeia (UE) destinadas a limitar os preços do petróleo e gás russos.
“Existem compromissos estabelecidos nos contratos de fornecimento. Mas se qualquer tipo de ação política os puser em causa, simplesmente não os honraremos. [A Rússia] não fornecerá absolutamente nada se isso for contra os nossos interesses, neste caso económicos. Não forneceremos gás, petróleo ou carvão”, afirmou Putin.
O grupo dos sete países mais industrializados do mundo, o G7, levantou a possibilidade de permitir o transporte global de petróleo russo e respetivos derivados apenas se os produtos forem vendidos abaixo de um preço máximo, algo que Moscovo rejeita categoricamente.
A proposta tem como pano de fundo a tentativa de cortar o financiamento da campanha militar russa na Ucrânia, numa altura em que a UE adquiriu 54% de todos os combustíveis fósseis exportados pela Rússia desde o final de fevereiro por um valor de 85.100 milhões de dólares.
Embora não existam números oficiais disponíveis, estima-se que a Rússia tenha investido cerca de 100.000 milhões de euros no financiamento da guerra contra a Ucrânia, de modo que a receita da exportação de combustíveis se tornou o “fator chave” para a campanha militar russa.