A secretária da Inclusão e Assuntos Socais da Madeira disse hoje que o executivo regional investiu 1,8 milhões de euros no programa de emergência alimentar em 2015 e assegurou que a ajuda às famílias vai continuar.
Rubina Leal, que falava na Assembleia Legislativa, sublinhou que mais de 4.200 pessoas recebem apoio no âmbito do programa de emergência alimentar e realçou que até outubro de 2015 tinham sido distribuídas 300 toneladas de alimentos provenientes do fundo europeu de auxílio a carenciados.
A governante falava no decurso do debate potestativo solicitado pelo Bloco de Esquerda, para abordar a problemática do aumento da pobreza na Região Autónoma da Madeira.
O deputado bloquista Rodrigo Trancoso disse ser fundamental conhecer a estratégia e as medidas do Governo Regional face ao fenómeno, que afirmou ter-se agravado com a crise e a aplicação do Plano de Ajustamento Económico e Financeiro (PAEF), o qual gerou um aumento do desemprego, da emigração, da exclusão social e de novas formas de pobreza.
Rodrigo Trancoso lembrou que o anterior executivo regional tinha o hábito de "esconder os reais dados da pobreza e sanear quem os divulgava", afirmação que a secretária da Inclusão contornou, dizendo que o atual Governo Regional "assumiu os dados de frente desde o início".
Rubina Leal sublinhou que o Governo Regional conseguiu junto do Governo da República um reforço de 700 mil euros para a segurança social, que será canalizado para apoio aos idosos e às famílias carenciadas.
A governante explicou que, embora o orçamento da Secretaria da Inclusão e Assuntos Sociais ainda não esteja concluído, esta verba representa um aumento de 30%.
Rubina Leal destacou, por outro lado, o reforço dos apoios à aquisição de medicamentos, aos programas de recuperação de habitações e às instituições que operam na área social.
A secretária regional realçou a importância de encarar a realidade com "honestidade política", afirmando que a taxa de risco de pobreza na Madeira é de 16,1%, sendo de 14,8% no continente e de 17,8% nos Açores.
O Bloco de Esquerda insistiu, no entanto, que "na melhor região insular do mundo para o turismo existem largos milhares de madeirenses recorrem à ajuda alimentar e crianças famintas que vão para a escola sem comer", bem como "pessoas que auferem salários de miséria e gente a quem foi cortado salários e roubado o abano de família".
Roberto Almada, líder do grupo parlamentar do BE, lembrou que 11 mil desempregados madeirenses não têm direito a subsídio, ou seja, 50% do total, realçando que o Governo Regional não dispõe de uma estratégia evidente para combater a pobreza.