A menor produção, alterações climáticas e ataques no Mar Vermelho explicam o aumento do preço de café, afirmam à Lusa a secretária-geral da Associação Industrial e Comercial do Café e o ‘broker’ de café verde Luís Lorena.
“Este aumento de preços pode ser explicado pelos fatores tradicionais da oferta e da procura: uma produção insuficiente nos países de origem, essencialmente África Central e Vietname, que conduziu a uma baixa recorde dos ‘stocks’ mundiais de café robusta e uma procura mais acentuada por parte da indústria”, que “agravou este problema”, aponta a secretária-geral da AICC, Cláudia Pimentel.
Tal “criou as condições no mercado para que o preço café robusta” se encontre “ao preço mais alto de sempre no mercado”, prossegue a responsável, lembrando a que acresce as alterações climáticas nos países produtores que estão a provocar “quebras na produção”, o que tem impacto nos preços do café verde.
A isto somam-se as condicionantes que “a situação no Mar Vermelho está a trazer ao comércio internacional”, onde os Huthis atacam navios há meses, com o aumento dos custos de transporte “e um atraso muito relevante na chegada de mercadorias à Europa, entre as quais o café”, acrescenta Cláudia Pimental.
Luís Lorena não prevê que o preço do café possa descer para já. Dos dois tipos de variedades existentes, em Portugal “70% do café que se consome é o robusta e 30% é o arábica e o problema, neste momento, é que o café robusta, devido à elevada procura e pouca disponibilidade a nível mundial” tem registado uma alta de preços nos mercados, explica também o ‘broker’.