Segundo Nikos Mertzanidis, “existem em alguns locais impostos, como o de carbono, ou a ecotaxa que se aplica nos Açores, que não estão ligados a indicadores ambientais”, sendo apenas um imposto a pagar por cada passageiro.
“Contam passageiros e cobram por cada um, mas sem nenhuma ligação” a estes indicadores, destacou, acrescentando que o valor cobrado é “tão reduzido” que não contribui para a meta de descarbonização ou de emissões zero em 2059, “um objetivo da indústria”.
Nikos Mertzanidis defendeu que esta questão faz pouco sentido, sobretudo tendo em conta “os muitos milhões investidos pelas companhias de cruzeiros e exigidos pela União Europeia” e os impostos que já são pagos a nível europeu nesta matéria.
Ainda assim, o responsável elogia o setor em Portugal, salientando as condições do mercado nacional, que tem uma oferta diferenciada, passando pelos portos do continente e das Regiões Autónomas.
Segundo dados da CLIA – Associação Internacional de Cruzeiros, “as companhias de cruzeiro estão a investir 58,5 mil milhões de euros em 44 navios que irão partir nos próximos cinco anos, mais de 90% dos quais serão construídos na Europa”, sendo que, este ano, os associados da entidade irão introduzir oito navios novos.
Nikos Mertzanidis acredita que a crise gerada pela pandemia, no setor dos cruzeiros, já está, em grande parte, ultrapassada. De acordo com as previsões da CLIA, as viagens de cruzeiro a nível mundial deverão ter atingido 106% dos níveis de 2019 em 2023, com 31,5 milhões de passageiros a viajar em navios de cruzeiro, estimando ainda um aumento para cerca de 36 milhões de passageiros em 2024.
Questionado sobre as críticas frequentes ao setor, sobretudo em cidades como Veneza ou Barcelona, o diretor da CLIA disse que tem havido “muitas iniciativas” em locais como Barcelona, em coordenação com as autoridades locais.
Nikos Mertzanidis disse que este segmento do turismo está focado na gestão, sendo possível antecipar com muito tempo, quantos navios e passageiros estarão em cada destino.
Assim, é possível orientar estes turistas para zonas menos visitadas das cidades, por exemplo, para tentar evitar maiores aglomerações, referiu.
Sobre a crise no Mar Vermelho, que tem complicado a circulação de navios, o responsável da CLIA disse apenas que as atividades têm sido “adaptadas” na região.