O presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, disse hoje que o projeto da construção do novo hospital na região é “prioritário”, acusando a República de “discriminação” e omissão no Orçamento de Estado relativamente a esta matéria.
“Eu quero afirmar hoje perante os madeirenses que esta é uma prioridade para o Governo e não vale a pena nem os partidos da oposição aqui que apoiam o Governo nacional jogarem para o lado”, afirmou o líder social-democrata aos jornalistas, depois de ter feito uma dádiva de sangue no hospital do Funchal.
O governante social-democrata insular assegurou que estão reunidas “todas as condições no próximo ano para lançar o concurso para a obra” que tem um custo estimado em 340 milhões de euros.
Segundo Miguel Albuquerque, “há é uma omissão por parte do Governo central na inscrição das verbas que deviam estar no Orçamento nacional para o hospital”.
O chefe do executivo madeirense disse que “não há nenhuma distração” nesta matéria, defendendo ser necessário o “Governo central cumprir com a sua palavra”.
Também recordou que o primeiro-ministro, aquando da visita que efetuou à Madeira, em março deste ano, “afirmou que o Governo nacional estava em condições de assegurar 50% desta obra que é prioritária para os madeirenses”.
Miguel Albuquerque sustentou que, presentemente, a viabilidade deste projeto “está em causa porque não está inscrito no Orçamento” de Estado para 2018.
“Mas está inscrito, curiosamente – para ver como os madeirenses estão a ser discriminados – 25 ME neste Orçamento já – e o senhor ministro das Finanças não disse que não havia dinheiro – para o hospital do Seixal, para o hospital de Lisboa Oriental e ainda para o hospital de Évora que ainda nem o projeto funcional, que ao contrário do nosso está pronto”, salientou.
“Portanto, não venham brincar com os madeirenses”, sublinhou o governante insular.
Miguel Albuquerque ainda considerou que existe “uma agenda política partidária que tem como prioridade a tomada de poder e prejudicar a Madeira no sentido de tentar, em 2019, fazer um assalto ao poder regional”.
“Isso é muito claro e não vamos admitir”, destacou, argumentando que “o que está aqui em causa são interesses primaciais da região e dos cidadãos residentes na região que não devem ser discriminados, nem relativamente ao Estado, nem relativamente aquilo que são as obrigações do Estado relativamente às suas regiões autónomas”.
Na opinião de Miguel Albuquerque, o Governo chefiado pelo socialista António Costa “obviamente que está a atrasar o projeto” do novo hospital da Madeira.
“Temos projeto pronto. Vamos meter verbas neste orçamento [regional para 2018] para avançar. Como é explicável que ainda no ano passado estivesse consignado no Orçamento [de Estado] que o Governo ia apoiar o projeto funcional em 50% e neste momento não está nada inscrito. Mas estão a brincar com quem?”, argumentou.
O presidente do governo madeirense também criticou o facto de a República ainda não ter pago a dívida de 17 milhões de euros ao Serviço Regional de Saúde relativa aos serviços prestados nos subsistemas aos elementos da responsabilidade do Estado, como a PSP e GNR, apontando ser um assunto “fulcral em cima da mesa”.
Miguel Albuquerque disse que será feito um “reforço orçamental do Serviço Regional de Saúde da Madeira” e que o Governo do arquipélago vai “continuar a fazer um forte investimento nesta área”.
Sobre a sua deslocação ao hospital para tornar-se um dador de sangue, apontou que foi um ato que visou sensibilizar a necessidade de renovação geracional de dadores, sendo as dádivas anuais na ordem das 4.540 que são utilizadas nas transfusões efetuadas.
LUSA