O particular de domingo com a Escócia, em Glasgow, vai ser disputado como se fosse um jogo ‘a sério’, afirmou hoje o selecionador português de futebol, que advertiu para a influência da "paixão" dos adeptos.
“Para mim, não há jogos amigáveis, há uns que valem pontos e outros que não valem pontos", afirmou Fernando Santos, durante a conferência de imprensa de antevisão do jogo, após o treino da seleção portuguesa de futebol, em Hampden Park.
A diferença, acrescentou, é que nos jogos oficiais só se podem fazer três substituições e nos particulares, como o de domingo, é possível fazer seis, permitindo testar jogadores menos utilizados.
“Irão jogar 11 e, durante o jogo, se houver essa oportunidade, eventualmente jogarão todos”, referiu, sem adiantar qual será a equipa titular.
Em relação ao adversário, Fernando Santos falou de uma Escócia “em renovação” e que irá colocar “muitas dificuldades” a Portugal, com um futebol “muito diferente” do que a equipa lusa está habituada a enfrentar.
No jogo de quinta-feira, com Israel, que acabou com uma derrota por 2-1, a Escócia variou entre o ‘3-4-3’ com que iniciou a partida e ‘3-5-2’ da segunda parte, segundo o técnico luso.
“A equipa da Escócia é muito rápida, (com) laterais a subir muito fortes, que partem o jogo com muita facilidade, porque saem rapidamente da sua zona defensiva para a sua zona atacante e assim sucessivamente. Isso fará deste jogo um jogo em que vamos ter de pôr em campo todas as nossas competências e qualidades em termos de organização, e a nível da concentração”, acrescentou.
O selecionador luso quer controlar o jogo, para contrariar a energia e dinamismo do adversário, composto por “jogadores que nunca dão uma bola por perdida, (que) vão sempre até ao limite na sua entrega ao jogo”.
Fernando Santos manifestou respeito pela competitividade do futebol escocês, que se caracteriza por um apoio forte dos adeptos quando jogam em casa, o qual marcou as suas duas visitas como técnico ao país: em 2001, enquanto treinador do AEK Atenas, perdeu por 3-2 contra o Hibernian, na Liga Europa, e em 2006, à frente do Benfica, perdeu por 3-0 contra o Celtic, na Liga dos Campeões.
“É apaixonante jogar na Escócia, porque a paixão transmitida de fora para dentro leva os jogadores a transcenderem-se e a fazerem jogos fantásticos. Os jogadores têm de estar preparados para isso. A paixão que vem de fora para dentro é muito importante. O povo escocês é muito apaixonado pelo jogo e apoia muito as suas equipas", advertiu o técnico.
Santos terá 22 jogadores à disposição, depois de ter dispensado Bernando Silva e Pepe, por opção técnica, após o 3-2 à Polónia, na quinta-feira, e hoje Rui Patrício, "por precaução", mas recusou indicar quem vai ser titular, sobretudo no meio campo defensivo, onde tem alternativas como Danilo, Rúben Neves ou William Carvalho, mostrando confiança na qualidade de todos.
Porém, reiterou que o critério para a seleção da equipa e plano de jogo será a vitória da partida, que começa às 17:00 horas locais (mesma hora em Portugal), no estádio nacional de Hampden Park.
“Se tiver de escolher entre ganhar normal ou perder com nota artística, eu ganho. Eu sei que a equipa só pode ganhar se jogar bem e quero que a equipa jogue bem. Se isso depois for mais agradável à vista, é melhor para o treinador, jogadores, público e imprensa. Mas, muitas vezes as características da equipa ou aquilo que o adversário nos coloca em campo não permite. Nesse momento, a minha opção é ganhar”, resumiu.
LUSA