“O videoárbitro tem contribuído para reduzir os erros e, ou, infrações passíveis de escapar ao escrutínio imediato no campo. Em todas as épocas VAR houve subida dos golos anulados”, lê-se nas conclusões publicadas no sítio de internet da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
Os dados demonstram que, nas últimas quatro épocas, o VAR tem sido “essencial” para reverter cada vez mais decisões iniciais do árbitro, sublinha o estudo, exemplificando que, em 2020/2021, o VAR permitiu detetar irregularidades que levaram à anulação de 40 golos e 18 penáltis inicialmente validados e assinalados, respetivamente.
Da comparação entre os dados relativos aos golos anulados antes e após a utilização desta ferramenta tecnológica, verifica-se um aumento significativo por época desportiva: antes do VAR a média era 29 por época, e depois do VAR esse valor aumentou 165%.
Mais, sem o recurso ao videoárbitro, nas últimas quatro épocas, teriam sido validados 119 golos, 56 penáltis e seis cartões vermelhos diretos.
Os dados indicam também que, de época para época, o árbitro tem vindo a aceitar mais vezes a análise do VAR.
Em 2020/2021 o árbitro seguiu a opinião do VAR em 96% dos lances, mesmo tendo decidido inicialmente de forma diferente. O impacto na queda das reversões decorreu de penáltis e da amostragem de cartões vermelhos, ao passo que os golos não tiveram influência relevante nessa descida.
Estas são algumas de várias conclusões do mais recente estudo do Portugal Football Observatory (PFO), que analisou o “Impacto do VAR nas decisões dos árbitros e no Jogo”.
Segundo o protocolo, o VAR emite a sua opinião sobre os lances em que entende ter havido erro claro e óbvio, mas a decisão final é do árbitro de campo.
O PFO resulta da interação entre a Portugal Football School (unidade de formação e investigação da FPF, fundada em 2017), a Unidade de Saúde e Performance e a Direção de Inteligência e Serviço ao Adepto.