Francisco Abreu disputa no próximo fim-de-semana mais uma ronda do Campeonato Nacional de Velocidade de Turismo, marcando a etapa do Autódromo Internacional do Algarve o meio da temporada. O Campeão Nacional em título alcança o terceiro evento do ano no segundo posto da competição de pilotos e mostra-se confiante de que poderá oferecer a mais um conjunto de bons resultados.
Depois de Vila Real, que poderia ser considerado o Macau de Trás-os-Montes, vais para o Circuito Internacional do Algarve, que poderíamos comparar a Spa-Francorchamps, no que diz respeito ao seu traçado. O que achas do circuito algarvio?
Francisco Abreu: Acho um circuito fantástico! Para além de ser uma infraestrutura moderna e com condições exemplares ao nível do melhor que há no mundo, tem um traçado extraordinário. É muito completo, com diversos tipos de curvas, e com seus desníveis constantes cria zonas cegas que são verdadeiros desafios para os pilotos. Sendo um circuito permanente, podemos arriscar mais sem correr o risco de danificar o carro, mas andar nos limites sem cometer erros é muito difícil no Autódromo Internacional do Algarve e isso acaba por ser determinante para se alcançar bons resultados.
Em Vila Real tiveste um fim-de-semana muito produtivo, tendo o Manuel Gião assegurado o terceiro lugar na primeira corrida e tu o segundo na segunda. Que diferenças existem entre o traçado de Vila Real e o do Autódromo Internacional do Algarve?
Francisco Abreu: Vila Real não é um circuito citadino típico e temos que negociar inúmeras curvas cegas de alta velocidade, uma situação que vivemos também no Autódromo Internacional do Algarve. No entanto, Vila Real qualquer erro paga-se com uma ida aos rails, ao passo que nesse, aspecto, o autódromo algarvio é menos exigente, muito embora seja preponderante evitar erros para garantir bons resultados, dado que as curvas mais exigente são de alta velocidade e perde-se muito tempo.
No que diz respeito às afinações, na pista do Algarve temos que ter um carro muito bem afinado para diversos tipos de curvas, o que torna bastante difícil encontrar o equilíbrio ideal. No entanto, o Team Novadriver é muito competente e estou certo de que eu e o Manuel teremos o Volkswagen Golf muito competitivo.
Consideras que o Volkswagen Golf se poderá adaptar bem às exigências do traçado do Autódromo Internacional do Algarve?
Francisco Abreu: Todos nós no Team Novadriver estamos ainda a descobrir o Volkswagen Golf e, muito embora em Vila Real tenhamos tido pouco tempo de pista, demonstrámos ao longo das corridas uma adaptação crescente às suas exigências. No Algarve temos duas sessões de testes que nos permitirão experimentar soluções diferentes e que nunca tínhamos tentado noutras pistas devido a falta de tempo. Vamos ver! Penso que, se trabalharmos bem, poderemos ser competitivos e, num momento em que estamos no segundo lugar do Campeonato de Pilotos a cinco pontos dos líderes, temos que estar no nosso melhor para nos podermos manter na luta.
O ano passado sagraste-te Campeão Nacional de Velocidade e uma das etapas mais determinantes para esse desfecho ocorreu precisamente no Algarve, mas por outro lado, tiveste também lá alguns problemas. Que memórias guardas?
Francisco Abreu: Sim, é verdade que no ano passado o Autódromo Internacional do Algarve foi bom e cruel e para nós. Ganhámos as duas corridas de Setembro numa prestação notável do Team Novadriver, do meu colega de equipa de então, o Armando Parente, e, modéstia à parte, minha. Foi um fim-de-semana perfeito.
Por outro lado, no fim-de-semana de Maio, muito embora tenhamos garantido um pódio, abandonámos noutra, quando ao lutar pela liderança, tive um desentendimento com um adversário.
É evidente que os triunfos são sempre muito agradáveis de recordar, mas nos fins-de-semana difíceis acabamos também por crescer, dado que aprendemos com os nossos erros e ficamos com a solução para problemas que se podem repetir no futuro.
Dito isto, o objectivo é ir para o Algarve e procurar ter um fim-de-semana o mais próximo possível da perfeição, aproveitando a experiência que já adquirimos com o Volkswagen Golf.
Consideras ser possível repetir os excelentes resultados que obtiveste o ano passado e subires ao degrau mais alto do pódio algarvio?
Francisco Abreu: Todos na equipa vamos trabalhar para isso desde a primeira sessão de treinos-livres. Quando vamos para um circuito, o nosso objectivo passa sempre por vencer corridas. No entanto, os nossos adversários têm seguramente a mesma coisa em mente e não vão ao Algarve para ir para praia, que até deverá estar apetitosa durante todo o fim-de-semana. O que posso garantir é que eu, o Manuel e o Team Novadriver vamos para o Autódromo Internacional do Algarve com intuito de darmos o nosso melhor e com vontade de vencermos.