A seleção portuguesa de futebol entrou hoje a ganhar em grandes competições pela primeira vez desde o Europeu de 2008, ao bater a Hungria por 3-0, em Budapeste, em encontro do Grupo F do Euro2020.
Três golos nos últimos minutos, um de Raphaël Guerreiro, que desbloqueou o marcador, aos 84, e dois de Cristiano Ronaldo, aos 87, de penálti, e aos 90+2, todos com a intervenção decisiva do suplente Rafa, entrado aos 71, valeram o triunfo.
Para encontrar a anterior entrada com o pé direito é preciso recuar a 13 anos, até 2008.
Em 07 de junho, em Genebra, na Suíça, Portugal entrou no Euro2008 a vencer, ao bater a Turquia por 2-0, com tentos na segunda parte do central Pepe, que hoje voltou a ser titular, e do médio Raúl Meireles, já nos descontos.
Depois da competição que marcou a despedida do brasileiro Luiz Felipe Scolari do cargo de selecionador luso, Portugal nunca mais tinha conseguido começar uma grande competição a ganhar, o que havia sucedido nos últimos dois europeus e nos derradeiros três mundiais, com três empates e duas derrotas.
No Mundial de 2010, Portugal ficou-se por num ‘nulo’ com a Costa do Marfim e, nas duas fases finais seguintes, perdeu com a Alemanha, por 1-0 no Europeu de 2012 e por 4-0 no Mundial de 2014, num embate marcado pelo vermelho direto a Pepe (37 minutos).
Mario Gómez selou o triunfo em Lviv e, em Salvador, a goleada da ‘mannschaft’ foi selada com quatro tentos de dois ‘panzers’ regressados à seleção para o Euro2020, o central Mats Hummels e o avançado Thomas Müller, autor de um ‘hat-trick’.
No Euro2016, que Portugal ganharia, a estreia não foi feliz, com um empate a um tento face à ‘modesta’ Islândia, com Nani a adiantar o conjunto de Fernando Santos na primeira parte e Birkir Bjarnason a restabelecer a igualdade no início da segunda.
Em 2018, no Mundial da Rússia, Portugal voltou a empatar, em Sochi, num memorável duelo com a vizinha Espanha, que terminou empatado a três golos, resultado fixado aos 88 minutos, num livre direto de Cristiano Ronaldo, que marcou os três tentos lusos.
Apesar destas cinco entradas em ‘falso’, a seleção das ‘quinas’ seguiu em frente em quatro ocasiões, o que só não conseguiu no Mundial de 2014.
Em Europeus, Portugal tem, aliás, o pleno de apuramentos, nas sete fases finais em que participou, sendo que, além do desaire com a Alemanha, em 2012, também entrou a perder na edição que organizou, em 2004, perante a Grécia.
Georgios Karagounis, aos sete minutos, Angelos Basinas, aos 51, de penálti, ‘emudeceram’ o Dragão, de nada valendo o tento de Cristiano Ronaldo, já nos descontos, aos 90+3. Os helénicos voltariam a bater Portugal na final, na Luz (1-0).
Portugal também ostenta, porém, um arranque memorável, em 2000, ao vencer a Inglaterra por 3-2, num embate, disputado em Eindhoven, nos Países Baixos, onde os ingleses chegaram a 2-0, com tentos madrugadores de Paul Scholes e Steve McManaman.
Temeu-se o pior, mas a reação dos comandados de Humberto Coelho foi épica, com Luís Figo e João Vieira Pinto a empatarem o jogo ainda na primeira parte e Nuno Gomes a resolver na segunda, no que foi a sua estreia a marcar por Portugal.
Antes, nas duas primeiras presenças em europeus, Portugal empatou a zero com a então campeã em título RFA em 1984, num embate que lançou a equipa lusa para uma grande participação, e a um com a Dinamarca em 1996, edição em que caiu nos ‘quartos’.
Curiosamente, a primeira estreia em grandes competições foi com a Hungria, no Mundial de 1966, e os ‘magriços’ começaram da melhor maneira, vencendo por 3-1, com um ‘bis’ de José Augusto e um tento de José Torres. Nem foi ‘preciso’ Eusébio.