O treinador de futebol Daniel Ramos elogiou colegas de profissão também portugueses que têm tido sucesso no estrangeiro, salientando a formação e preparação, e falou ainda da importância da sua família, com destaque para o falecido pai.
O técnico do Marítimo disse à agência Lusa que Portugal está na moda do futebol, o que faz com que muitos clubes forasteiros estejam atentos aos treinadores lusos.
"Sou apreciador do treinador português e dos que ganham muitas vezes. Os cursos em Portugal são de grande exigência e reconhecidos a nível mundial. Acho que a preparação do treinador português é muito boa. Depois, os campeonatos inferiores são uma grande escola para quem passou por eles e o treinador português tem sucesso fruto dessa preparação", destacou.
Desde José Mourinho a Fernando Santos e de Paulo Fonseca a Leonardo Jardim, Daniel Ramos enumerou exemplos a seguir, apesar de admitir que lhe escapam mais nomes e falou no exemplo do campeonato chinês, que terá três portugueses na próxima época – Vítor Pereira, Paulo Sousa e Paulo Bento.
"É sinal de que estamos a elevar a nossa marca de treinador e estamos a proporcionar a que outros possam fazer a seguir, o que era pouco visível há alguns anos. Há muitos olhos nos treinadores portugueses", acrescentou.
No entanto, não é só os compatriotas que chamam à atenção do técnico ‘verde rubro’, que revelou ter também admiração por Pep Guardiola, Jurgen Klopp e Luciano Spalletti, que "conseguem ter sucesso com grande regularidade num plano de exigência alto, o que é sinal de que têm algo de especial".
O fascínio pelo futebol lá fora é grande e Daniel Ramos admitiu ser fã dos principais campeonatos europeus, considerando a ‘Premier League’ como a "liga de eleição", esperando também poder competir nesses palcos no futuro.
"São ligas muito atrativas e são um desejo de muitos treinadores e eu não escapo a isso. Espero um dia estar presente e dar conta do recado", afirmou.
Dar conta do recado é o que Daniel Ramos tem feito no Marítimo desde que chegou à formação insular em setembro de 2016, mas, ao mesmo tempo, não tem sido fácil estar longe da família, que se encontra em Vila do Conde, de onde é natural, sublinhando o fator mental como balança.
A menos de duas semanas do dia de natal, que é também o dia do seu aniversário, os dias já estão a ser contados para voltar a ver a mulher e os filhos.
"Fui recentemente ao aniversário dos meus filhos, numa fugida rápida. Só a 22 vou a casa e vão ser aqueles quatro dias merecidos. Fica um pouco difícil, mas, com boa vontade, umas viagens extra, algum dinheiro despendido e uma alegria em carregar baterias, porque a família é muito importante no equilíbrio emocional e semanal para que, jogo após jogo, haja um bem-estar emocional e essa carga positiva se transmita ao nível do treino e do jogo", comentou.
Com a família sempre em contacto, apesar da distância, Daniel Ramos não esquece o seu pai, que faleceu este ano, e o papel importante que teve e que continua a ter na sua vida, quer como treinador, quer como homem.
"Perdi recentemente o meu pai, uma pessoa do futebol. Eu digo sempre que tenho uma estrela a olhar por mim, porque é uma figura que está sempre presente comigo, está nas alegrias e nos festejos. Os meus pais deram-me educação, deram-me valores e oportunidades, a possibilidade de ter formação no arranque da minha vida e alguns meios que me ajudaram na minha carreira. Torceram muito por isso", lembrou.
LUSA