O Serviço Educativo do Núcleo Histórico e Museológico de Santo Amaro – Torre do Capitão, promove, no dia 14 de janeiro, uma oficina dedicada a assinalar a tradição do “Varrer dos Armários”, com atividades dedicadas ao público escolar.
O objetivo é divulgar o espaço e reviver uma tradição popular que assinala o fim das festas natalícias na Madeira.
Já no dia 15 de janeiro (sábado), das 10h00 às 12h30, a atividade é dedicada às famílias (pais e filhos), num momento para relembrar e reviver esta tradição popular madeirense. A iniciativa está dividida em duas partes, sendo que a primeira se destina a realizar uma visita guiada ao Núcleo Histórico e Museológico, seguindo-se a oficina criativa.
A atividade é gratuita, no entanto, é necessária inscrição prévia através do telefone 291 641 378 / 291 634 281 ou e-mail: nsa.tcapitao-se@madeira.gov.pt
"Refira-se ainda que devido às atuais medidas de contingência são aplicadas as normas de segurança em vigor", lê-se na nota enviada à redação.
Sobre a tradição de “Varrer os Armários”
Em Portugal, a devoção a Santo Amaro vem desde tempos imemoriais, recorrendo o povo a este Santo para cura de enfermidades e fratura de ossos, motivo pelo qual se oferecem ex-votos em cera, com a forma de braços e pernas.
Iconograficamente, é representado com hábito de Frade Beneditino, de preto, e com báculo abacial, tipo bengala, tendo ainda um livro na mão.
Por todo o País existem capelas e ermidas dedicadas a este Santo e em sua honra fazem-se muitas festas e romarias. Na ilha da Madeira é festejado mais entusiasticamente em Santa Cruz e na freguesia do Paul do Mar, concelho da Calheta.
O dia 15 de janeiro, para além de ser designado como Dia de Santo Amaro, é também conhecido como o “dia de varrer os armários”, tradição secular que encerra, de forma geral, no arquipélago da Madeira, os festejos de Natal, conservando o povo a árvore e o presépio até este dia, quando são dados por findos os festejos de Natal. Excecionalmente, em algumas freguesias da ilha, os festejos encerram mais tarde, perdurando até as festas religiosas de Santo Antão ou de São Sebastião, comemoradas nos dias 17 e 20 do mesmo mês.
Tradicionalmente, é com a primeira Missa do Parto que começa o Natal madeirense e é com o “varrer dos armários” que este termina.
Antigamente, toda a família reunia-se neste dia para assistir ao desarmar do presépio. Deitavam-se fora as searas, retiravam-se as frutas, o Menino era guardado no oratório e os pastorinhos guardados nas caixas, até o ano seguinte.
Na véspera, o povo andava de porta em porta, cantando ao som dos instrumentos tradicionais, quadras alusivas a este Santo. Munidos de uma vassoura, para “varrer os armários”, batiam às portas e entravam, entoando os cânticos e serviam-se de vinho, licores, doces, ou, mesmo, da fruta da lapinha, repetindo-se este ritual em todas as casas.