A cidade de Machico abriu ao público a Sala do Tesouro, na Igreja Matriz, com “peças únicas e raras”, na sequência de investimento de 40 mil euros do Governo regional, no restauro deste espaço, disse hoje o presidente madeirense.
Miguel Albuquerque visitou hoje a Sala do Tesouro, localizado na Capela do Terço da Igreja Matriz, e recordou que, numa deslocação anterior àquele espaço religioso, verificou que "o próprio tesouro da igreja [se encontrava] dentro dos armários”, num conjunto de “pratas e peças de ourivesaria”, a que se juntavam um almofariz e uma cruz processional.
Na altura, “decidimos expor este património único e singular da Madeira e de Machico, e combinámos abrir a Sala do Tesouro”, disse o governante, acrescentando que foi efetuado um “investimento baixo de 40 mil euros, no arranjo da Capela do Terço”, tendo o trabalho de restauro sido efetuado pelo “pessoal da Direção Regional dos Assuntos Culturais da Madeira".
Miguel Albuquerque disse que o acesso à Sala do Tesouro é "livre ao público, sendo mais uma atratividade do ponto de vista turístico, importante, pela sua qualidade”, para Machico, o concelho no extremo leste da Madeira, e para a região.
O “tesouro” está na instalado na sala da capela adossada à matriz, na fachada sul, a Capela do Terço, que foi edificada pelos paroquianos, em 1770, com arquitetura leal ao gosto barroco.
A informação disponibilizada pelo gabinete da Presidência do Governo madeirense refere que “este tesouro" é "composto por peças de ourivesaria sacra (prata e prata dourada), muitas ainda usadas em épocas festivas culturais" e "abarca a produção nacional e regional, desde inícios do século XVI ao século XIX”.
Realça igualmente que a igreja matriz de Machico, e outros templos religioso da região receberam “ofertas régias, desde D. Manuel I” e “ofertas das confrarias e de muitos fiéis, que ao longo dos séculos” que foram ”enriquecendo o seu tesouro”.
A nota menciona que “algumas peças apresentam marca de ourives o que enriquece a informação sobre a peça”.
É destacada uma Patena (salva para consagração do pão e do vinho, nas oficinas religiosas), de uma oficina flamenga, do início do século XVI, de prata incisa; uma Cruz processional, de oficina madeirense, do início do século XVII, em prata relevada e incisa, assim como diversas Varas de Pálio; um Cálice, de oficina nacional, de meados do século XVII, e uma Naveta, de uma oficina de Lisboa, datada de 1730-1750, ambos também em prata relevada e incisa.
Miguel Albuquerque adiantou estar em curso um projeto de recuperação e reabilitação do Convento de Santa Clara, que considerou ser “uma obra única”, avaliado em dois milhões de euros.
“Vai custar mais a vai concretizar”, destacou, enfatizando que é “um trabalho estrutural de dois anos”.
C/ LUSA