Os desenhos da artista Rafaela Rodrigues vão estar visíveis nas paredes do restaurante ‘Velho Portugal’, no sul da capital britânica, e depois vão visitar as comunidades portuguesas de Saint Helier (Jersey), Joanesburgo e Cidade do Cabo (África do Sul), Caracas (Venezuela), São Paulo (Brasil), Nova Iorque (EUA), Paris (França) e Bruxelas (Bélgica).
O itinerário da exposição conclui-se no Funchal em 2023.
Além da dimensão da comunidade madeirense em Londres, a cidade foi escolhida como ponto de partida pelo simbolismo de o “Bailinho da Madeira” ter sido tocado pela Orquestra Sinfónica de Londres em 1986 para o disco “Saudades”, de José Calvário.
A versão mais conhecida da música continua, no entanto, a ser aquela que Max gravou em 1949 na editora Valentim de Carvalho em Lisboa, contribuindo para que fosse eleita em 2020 uma das Sete Maravilhas da Cultura Popular de Portugal, lista promovida pela RTP.
O escritor do livro, Eugénio Perregil, disse à Lusa que o objetivo desta iniciativa é "divulgar mais aquilo que faz parte da nossa identidade cultural”, lamentando a falta de mais exposições sobre a cultura madeirense em Londres.
O livro foi publicado no ano passado, por ocasião dos 125 anos do nascimento do poeta, para "levar as crianças a conhecer as suas raízes, a cultura tradicional madeirense, que muitos dos seus avós viveram e conhecem”.
Em preparação está uma edição em língua inglesa.
Perregil, que é presidente do Centro de Estudos e Desenvolvimento, Educação, Cultura e Social da Madeira, já tinha assinado uma biografia em 2015 sobre o chamado “Feiticeiro da Calheta”.
Nascido na Calheta, numa família pobre e analfabeto, João Gomes de Sousa era agricultor de profissão e animador repentista dos arraiais madeirenses e do folclore.
Em 1938 ganhou o primeiro prémio da primeira festa das vindimas realizada na cidade do Funchal ao cantar o "Bailinho da Madeira", que mais tarde foi apropriados pelo cantor madeirense Max sem o seu conhecimento.
Em 2017, estreou o filme também intitulado “O Feiticeiro da Calheta”, realizado por Luís Miguel Jardim, sobre a vida do poeta, que ganhou o epíteto devido à capacidade de contar histórias e improvisar versos, cativando as audiências.