A mostra, que ficará patente na área de exposições temporárias daquele museu, reúne cerca de 50 fotografias a preto e branco, captadas no ano de 1960, aquando de uma viagem pela Índia portuguesa. São registos do quotidiano de uma realidade documentada de forma magistral pela lente de um dos maiores fotógrafos portugueses do século XX, em que o equilíbrio compositivo e o jogo de luzes se manifestam exemplarmente.
Retrata um território que, durante 456 anos, esteve sob a soberania portuguesa e que em três dias, de 17 a 19 de dezembro de 1961, as tropas da União Indiana puseram fim, com a tomada de Goa, a que se seguiram Damão e Diu, ditando então o fim do Estado Português da Índia.
Augusto Cabrita (1923-1993) é considerado um dos expoentes máximas da fotografia contemporânea portuguesa e destacou-se ao longo da sua vida pelo primor com que desempenhou a sua profissão. Participou como diretor de fotografia de vários filmes e documentários, foi realizador e produtor e, como fotógrafo, participou em vários concursos nacionais e internacionais de fotografia.
Foi agraciado com o grau de comendador da Ordem do Infante D. Henrique em 1985, tendo-lhe sido atribuído diversos prémios e troféus, com particular destaque para o Medalhão Barreiro Reconhecido na Área da Cultura, Artes e Letras, em 1986, e a Medalha de Mérito Distrital (Setúbal), em 1991.
Há que sublinhar que a concretização desta mostra só foi possível devido à amabilidade do seu filho, Augusto António, também ele fotógrafo e administrador do estúdio no Barreiro com o nome do seu pai.
A exposição pode ser visitada até 16 de julho.