O ocngresso decorre entre 14 e 16 de outubro, na emblemática Faculdade de Geografia e História de Santiago de Compostela, na Galiza.
O investigador irá apresentar uma comunicação intitulada “A Ilha da Madeira nas Rotas Musicais do Atlântico: do Final do Século XIX a Meados do Século XX”, tendo os custos da deslocação sido financiados pelo Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical da Universidade NOVA de Lisboa.
No congresso serão debatidas as características da comunidade ibero-americana, a qual tem uma grande riqueza e diversidade de manifestações musicais. Estas foram configuradas graças à existência de percursos e itinerários que permitiram intercâmbios de todos os tipos, tanto no passado como num presente cada vez mais interligado.
Por ocasião do Xacobeo 2021 e da ideia de um "caminho" ligado a Santiago de Compostela, o III Congresso Internacional da Comissão de Trabalho "Música e Estudos Americanos" (MUSAM) visa promover novos caminhos de pesquisas sobre a música ibero-americana na perspetiva de redes e circuitos, não só de músicos, repertórios e objetos sonoros, mas também de práticas, ideologias e discursos; enfim, a construção de caminhos alternativos na investigação de processos e contextos múltiplos e integrados, ao mesmo tempo, no seio dessa comunidade.
Para isso, atenção especial será dada a elementos pouco trabalhados ou passíveis de um novo olhar, tais como: relações musicais entre países e regiões americanas, o estabelecimento de rotas e circuitos nas / das / para as Américas, reflexão sobre o trabalho musicológico nas Américas. Ao mesmo tempo, este Congresso servirá para fortalecer os laços entre investigadores interessados no estudo da música ibero-americana, desde uma perspetiva transatlântica e global.
Na sua comunicação, Paulo Esteireiro vai defender que, entre o final do século XIX e meados do século XX, o Funchal fez parte de rotas marítimas onde circulavam um conjunto elevado de músicos e companhias de artistas, que paravam na capital da Madeira, aproveitando para compensar os custos da viagem com atuações e outras atividades, como aulas de música.
De igual modo, os músicos madeirenses também aproveitaram esses caminhos marítimos para conseguir contratos para atuar nos próprios barcos e noutros pontos dessas rotas. Entre as principais rotas, da qual a Madeira fez parte, seja como ponto de passagem, seja como ponto de destino, o investigador vai destacar na sua comunicação: as ligações a Lisboa e Porto; as rotas para Canárias e Açores; a rota para o Brasil (e restante América do Sul); e a rota para as colónias africanas portuguesas.