"Estou muito feliz e muitíssimo grata. ‘Karen’ é um livro especial para mim. Em todos os meus livros tenho tentado aproximar-me, no sentido metafísico da palavra. É esse o meu trabalho. E em ‘Karen’ senti que estava", escreveu a autora, primeira mulher a vencer o galardão, numa entrevista concedida para jornalistas brasileiros por meio da rede social Facebook.
Falando sobre suas influências literárias, a autora citou Henry James, de quem admira a técnica de narração, os livros clássicos policiais e o poeta Fernando Pessoa, autor por quem Ana Teresa Pereira disse ter sido influenciada principalmente pelo uso da "fragmentação da identidade, os duplos, a indecisão entre a realidade e a irrealidade."
Nascida no Funchal, Ilha da Madeira, onde vive, Ana Teresa Pereira publicou o primeiro livro em 1989, intitulado "Matar a imagem", e desde então publica regularmente.
Entre suas obras destacam-se "Se nos encontrarmos de novo", vencedor do prémio PEN Clube na categoria Ficção, "A Neve, O Lago", que obteve com o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores, para além de cerca de duas dezenas de títulos.
Organizado anualmente pelo Itaú Cultural, no Brasil, o prémio Oceanos cumpriu a terceira edição, depois da extinção do Prémio Portugal Telecom, e distingui as melhores obras de escritores lusófonos.
Em segundo lugar ficou autor brasileiro Silvano Santiago, que concorreu com a obra "Machado", seguido pelo poeta português Helder Moura Pereira, com o livro "Golpe de Teatro".
Fechando a lista de vencedores, em quarto lugar foram escolhidos dois autores, a poeta portuguesa Maria Teresa Horta, com o livro "Anunciações", e o romancista brasileiro Bernardo Carvalho, com a obra "Simpatia pelo Demónio".
LUSA