“Este é um dia que deve levar os madeirenses e porto-santenses a refletir, porque a revolta contra a ditadura nacional foi mais uma afirmação de opção contra a discriminação que a Madeira estava a sofrer e sofreu ao longo de séculos”, disse Miguel Albuquerque na cerimónia comemorativa da Revolta da Madeira.
Esta efeméride lembra um levantamento militar contra o governo da ditadura nacional, iniciado na madrugada de 1 de abril de 1931.
Na Madeira, dois meses antes já havia ocorrido a denominada Revolta da Farinha contra medidas económicas e financeiras, nomeadamente um decreto de António Salazar que determinava a centralização estadual do trigo e cereais.
Mas Salazar enviou um contingente militar e naval para a ilha, pondo fim a estes intentos revoltosos.
“Esses homens que participaram neste evento devem ser sempre lembrados e homenageados porque o abandono, a discriminação e o tratamento que a Madeira teve durante séculos foi, de facto, intolerável e foi isso que levou a esta revolta”, sublinhou hoje o chefe do executivo madeirense.
Albuquerque vincou que esta “a primeira revolta contra a ditadura nacional foi na Madeira”.
“É importante aproveitar esta data para lembrarmos aquela que foi a maior conquista histórica do povo madeirense, que foi a conquista da autonomia política e a necessidade de preservar, defender e alargar essa autonomia”, frisou.
Miguel Albuquerque depôs uma coroa de flores no monumento que evoca esta revolta, nos arredores do Funchal, numa cerimónia que contou com a presença de outras entidades regionais.
C/ LUSA