A totalidade do acervo do Museu Vicentes fica, a partir de hoje, depositado no Arquivo Regional e Biblioteca Pública da Madeira (ABM), único local capacitado para preservar o espólio que inclui mais de um milhão e duzentas mil espécies.
"Esta decisão prendeu-se com o fato do ABM ser o único equipamento na região que tem depósitos apropriados para a conservação de espécies fotográficas, bem como equipas técnicas altamente especializadas na preservação e tratamento de documentos históricos", explicou à Lusa a diretora regional de Cultura, Natércia Xavier.
O Museu Vicentes foi criado em 1982, tendo na base o antigo estúdio fotográfico de Vicente Gomes da Silva que, na rua da Carreira, no Funchal, mantinha o seu ateliê fotográfico. Desde essa altura foram sendo adquiridos e doados outros espólios que enriqueceram o núcleo fundado. O crescimento exponencial e constante do acervo fotográfico fez com que as instalações da rua da Carreira rapidamente se tornassem pequenas para albergar todas as coleções – uma razão acrescida, para a transferência que ficou concluída hoje. A mudança implicou a deslocação de "mais de um milhão e duzentas mil espécies fotográficas dos mais variados processos", representando "muitos fotógrafos profissionais e amadores, bem como os mais importantes ateliês fotográficos, desde a segunda metade do século XIX até à década de 80 do século XX".
As peças integradas no museu foram encaminhadas para "as instalações do Centro de Estudos de História do Atlântico e aí irão permanecer até as novas instalações do Museu Vicentes estarem concluídas", o que deverá acontecer até 2018.
O secretário regional da Economia, Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, recorda que o acervo do Museu Vicentes "é único no mundo, não só pela sua vastidão, mas sobretudo, e tendo em conta a apetência turística secular da Madeira, porque inclui imagens de enorme importância histórica de personalidades portuguesas e de todo o mundo". Garante ainda que o projeto de requalificação arquitetónica do espaço do ateliê – que está a cargo da Titularidade e Gestão do Património Público Regional – "avança no próximo ano".
O acesso ao arquivo fotográfico será sempre assegurado através do ABM, embora o objetivo do Governo regional seja mostrar parte desse acervo, com a realização de exposições temporárias, no espaço do museu propriamente dito.
C/Lusa